Zero K - Don DeLillo
- Don Delillo
- 314 Páginas
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Sinopse
Quando, a convite do pai, o jovem Jeffrey Lockhart viaja a uma zona remota do planeta para dizer adeus à madrasta, Artis, debilitada por uma doença degenerativa, ele se depara com algo com que nunca sonhou. Artis está, na verdade, prestes a ser depositada em uma cápsula criogênica, em um imenso complexo médico e tecnológico projetado para armazenar corpos humanos por tempo indeterminado. Exposto a dispositivos insólitos, Jeffrey é forçado então a avaliar suas percepções e crenças. Do distanciamento do pai à morte da mãe, ele se vê diante de uma série de lembranças dolorosas, que parecem determinantes para seu futuro. Enxergando mais longe do que qualquer outro escritor, Don DeLillo parte de uma realidade ainda incipiente — as técnicas de criogenia que prometem nada menos do que a superação da morte — para arquitetar uma narrativa surpreendente, com ares de ficção científica, sobre os mistérios da vida e da morte.
Resenha
Como a história começa com Jeff chegando às instalações, eu achei que ele nunca mais sairia de lá, e que essa ficção me enganaria com suas primeiras reflexões sobre vida, morte e imortalidade e acabaria me entregando um terror claustrofóbico com alguém lutando pela própria vida. Os corredores infinitos, as obras de arte, a arquitetura e cores e ausências de janelas e níveis numerados e acessos não-autorizados e telões; tudo parecia sugerir que dali não se sai vivo, embora o objetivo pregado fosse preservar a vida.
Teria gostado se fosse sobre isso, mas fiquei muito mais satisfeita por não ser.
Enquanto Jeffrey vai se lembrando do seu passado ? abandonado por Ross, criado pela mãe ? imergi nas suas reflexões e formei as minhas próprias sobre a imortalidade, sobre o que é estar vivo e quando, de fato, se morre.
Morrer pode ser súbito. Lento. Violento. Desconhecido. Solitário. Perdido. Bagunçado. Limpo. Inevitável. Temido. Invejado, desejado. Pode acontecer enquanto o coração ainda bate (como aconteceu algumas vezes durante essa narrativa), mas o que dizer do oposto arrogante, o viver para sempre, a ideia tão atraente ? mas não tira todo sentido de ter sangue quente correndo nas veias até quando (deus, o homem, as catástrofes, o tempo, as doenças) permitirem?
É um livro que já separei para reler, pois sinto que não o aproveitei o suficiente nessa primeira passada. Na próxima, quero me dedicar com mais calma, e é assim que recomendo que o façam ? saboreando, pensando, sem dividir a atenção.
Recomendo fortemente.