Sombras do sol - Dreamblood Vol. 2 - N. K. Jemisin

Sombras do sol - Dreamblood Vol. 2 - N. K. Jemisin

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Sinopse

N.K. Jemisin, autora best-seller e a única a ganhar o Hugo Awards por três anos consecutivos, nos apresenta um mundo com clérigos assassinos, reis loucos e a deusa da morte, onde o poder dos sonhos pode curar ou matar A paz é a única lei na antiga cidade-estado de Gujaareh. Sobre seus telhados e entre as sombras de suas ruas de pedra espreitam os Coletores — os guardiões desta paz e responsáveis por fazer com que a Lei seja cumprida. Sacerdotes de Hananja, a Deusa dos Sonhos, possuem o dever de colher a magia da mente adormecida e usá-la para curar, acalmar… e matar aqueles que são julgados corruptos. Mas, quando uma conspiração surge dentro do grande templo de Gujaareh, Ehiru — o mais famoso dos Coletores da cidade — passa a questionar tudo o que ele conhece. Alguém, ou algo, está assassinando sonhadores inocentes em nome da Deusa e perseguindo suas vítimas tanto nas vielas de Gujaareh, como na terra dos sonhos. Ehiru deve agora proteger a mulher que foi enviado para matar — ou ver a cidade ser devorada pela guerra e pela magia proibida. BIO N. K. Jemisin é uma autora nova-iorquina, cujas histórias foram nomeadas diversas vezes aos maiores prêmios de ficção científica e fantasia do mundo, incluindo o Nebula, Locus e World Fantasy Award. Em 2016, se tornou a primeira pessoa negra a receber o Hugo na categoria principal por seu livro A quinta estação, e nos dois anos seguintes quebrou recordes ao ganhar novamente na categoria principal com as continuações da série A TERRA PARTIDA: O portão do obelisco e O céu de pedra. Jemisin é considerada uma das mais importantes vozes da ficção especulativa atual por construir universos ricos e complexos, que vão da fantasia à ficção científica. Suas obras falam sobre justiça social, preconceito, violência e sobre a multiplicidade do comportamento humano.

Resenha

Resenha: Lua de Sangue Lua de Sangue é mais um acerto fantástico da aclamada autora N.K. Jemisin. O primeiro volume dessa história publicada pela Editora Morro Branco fala sobre um mundo onde sonhos têm poder, e um pesadelo terrível parece estar nascendo nas ruas do berço desse poder. Gujaareh é uma cidade-estado poderosa para o mundo todo. A paz reina em suas ruas; e, em seus telhados, Coletores atravessam a noite para garantir que essa paz resista. Os Coletores respondem à Deusa dos Sonhos, e colhem a magia dos sonhos das pessoas adormecidas. Às vezes, usam seus poderes para punir aqueles que foram julgados criminosos, tornando aquele o último sonho deles. Mas uma conspiração parece estar nascendo nas imaculadas ruas desse lugar. Uma criatura sombria parece estar espalhando caos, assassinando sonhadores inocentes em nome da Deusa. Ehiru, o Coletor mais famoso de Gujaareh, o mais fiel à causa e à sua doutrina, passa a questionar tudo em que sempre acreditou. E decide investigar para tentar salvar o que resta do lugar que ama. Lua de Sangue é um livro de fantasia extremamente criativo e cativante. Fala sobre o lírico dos sonhos de maneira palpável, porque os sonhos são fontes de poder, de cura e de renascimento nesse mundo. N.K. Jemisin faz um trabalho primoroso, mais uma vez, em escrever uma história brilhante, explorando o que é conhecido da maneira mais inesperada possível. A inspiração dessa história, conforme a própria autora comenta, veio do Egito Antigo. Dá para notar isso na ambientação dos lugares, como Gujaareh e Kisua, nos nomes dos personagens, e nos detalhes mais minuciosos da própria trama. A arquitetura, o modo como a sociedade se comporta, a adoração ao divino e a figura de poder que é a do Príncipe, representando esse divino - tal como acontecia com os faraós. As primeiras 100 páginas, assim como acontece em Nós Somos a Cidade, te deixam em completa confusão. A Jemisin não se estende em grandes explicações, só te dá a mão e te leva pra esse universo completamente bizarro e fantástico. Recontamos as histórias porque sabemos: a pedra não é eterna. Mas as palavras podem ser.A inspiração dessa história, conforme a própria autora comenta, veio do Egito Antigo. Dá para notar isso na ambientação dos lugares, como Gujaareh e Kisua, nos nomes dos personagens, e nos detalhes mais minuciosos da própria trama. A arquitetura, o modo como a sociedade se comporta, a adoração ao divino e a figura de poder que é a do Príncipe, representando esse divino - tal como acontecia com os faraós. As primeiras 100 páginas, assim como acontece em Nós Somos a Cidade, te deixam em completa confusão. A Jemisin não se estende em grandes explicações, só te dá a mão e te leva pra esse universo completamente bizarro e fantástico. "Recontamos as histórias porque sabemos: a pedra não é eterna. Mas as palavras podem ser." O desenvolvimento desse início é lento, mas, quando engata, é uma reviravolta no emocional. Quando o livro finalmente explica o que está acontecendo, e as peças se encaixam, é só surto. Lua de Sangue segue os moldes de plot twists e personagens de moral cinzenta que eu amo tanto na Jemisin. Também é uma história que apresenta um mundo onde o amor queer é normalizado; há uma diversidade entre os três protagonistas. Não apenas queer, mas também, como sempre, a questão de ter pessoas pretas no comando da história. O mundo é diverso. É uma fantasia que aborda toda a questão onírica dos sonhos. O por que de eles serem tão poderosos, a maneira com que move a trama principal, como se entrelaça às lendas da criação desse universo, é tudo muito genial. Apesar de curto, Lua de Sangue é um primeiro livro muito completo. Intenso em tudo que propõe; discute sobre fanatismo religioso, tirania, opressão. Fala muito, de maneira explícita, sobre as diferenças entre as camadas subjugadas pela sociedade e o privilégio da elite e da nobreza. Também discute a questão de corrupção de poder, e como ela se infiltra lentamente nas camadas que deveriam proteger e cuidar do povo. "Existe poder nos sonhos. Use-o e ali está a magia." Tem ação, política e reviravoltas na medida perfeita que apenas N.K. Jemisin consegue construir. Quanto aos personagens, o trio principal oferece ótimas tramas e desenvolvimentos. Ehiru, Nijiri e Sunandi são opostos em quase tudo. Ehiru é um Coletor, treinado desde pequeno na arte de encontrar sonhadores para abastecer sua Deusa dos Sonhos com oferendas - e a punir aqueles que, despertos, causaram horror. Por acidente, Ehiru acaba se envolvendo em meio a uma situação política e monstruosa. Uma situação que envolve desafiá-lo a questionar tudo em que acreditou. Nijiri é seu aprendiz. Ele é fiel a Ehiru em todos os aspectos; essa lealdade é o que move Nijiri, muito mais do que a fé e sua condição como futuro Coletor. Diferente do mestre, Nijiri é um personagem marcado pela juventude. Ele é rebelde e desafiador, é questionador e ansioso. Onde Ehiru é calmaria, Nijiri é uma tempestade. E Sunandi, por fim, é um contraponto aos dois. Ela veio de outro reino, de um lugar onde esse culto aos sonhos e ao poder deles não existe. Ela está ali para encontrar corrupção, e acaba se infiltrando no meio de uma conspiração muito mais complicada do que imaginava. Sua visão dos Coletores não é diferente da visão de um monstro; para Sunandi, eles não passam disso. "Mas é da natureza do mundo que alguns tenham que morrer para que outros possam viver." As relações entre os três foram muito bem trabalhadas. Houve conflitos, houve momentos de aliança, houve momentos de entrega emocional. Lua de Sangue é movido por sonhos e por seus personagens. A edição da Morro Branco é linda demais. Eu adorei a nova capa que trouxeram pra cá, adorei a tradução de Aline Storto Pereira, adorei a diagramação bem espaçada e confortável. É um primor de livro. Como sempre! Lua de Sangue é uma fantasia brilhante sobre o poder dos sonhos e a corrupção do mundo desperto. N.K. Jemisin mais uma vez mostra que é uma voz poderosa da ficção fantástica, e entrega outro favorito para eu guardar no coração. site: https://www.queriaestarlendo.com.br/2022/12/resenha-lua-de-sangue-nk-jemisin.html

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