O Silencio da Casa Fria - Laura Purcell
- Laura Purcell
- 314 Páginas
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Sinopse
Quando Elsie perdeu o marido apenas algumas semanas após o casamento, achou que já tinha sofrido o suficiente para uma vida inteira. Praticamente sozinha em uma casa enorme e isolada, ela jamais imaginou que os companheiros silencio¬sos ― painéis de madeira que imitavam pessoas em atividades cotidianas ―, um dia, seguiriam seus movimentos com os olhinhos pintados. Muito menos que eles apareceriam por conta própria em cômodos aleatórios… Acenda uma vela e nos acompanhe na escuridão. A DarkSide® Books pavorosamente apresenta O Silêncio da Casa Fria, o novo lançamento da linha DarkLove: uma história sombria, sinistra e gelada ― um verdadeiro tributo aos romances góticos clássicos que tanto amamos. Para escrever este livro, a autora Laura Purcell se inspirou em um costume euro¬peu popular nos séculos XVIII e XIX, especialmente entre os ingleses e holandeses. Nele, famílias aristocráticas pregavam peças com tábuas de madeira ricamente pintadas e esculpidas. Criados, soldados, plantas, animais… e, aqui, uma criança estranhamente familiar, com um sorriso travesso e uma rosa branca na mão. Com uma habilidade narrativa que transporta o leitor para a época vitoriana ― e suas densas neblinas, costumes peculiares, a tão presente discussão entre a ciência e o sobrenatural ―, Laura Purcell desenrola uma trama cheia de nuances enquanto Elsie vai abrindo as portas da casa para tentar desvendar o mistério dos companheiros ― e também do seu passado. O tempo, às vezes, demora a passar no silêncio da casa fria. Com a atmosfera lúgubre típica das histórias de fantasma vitorianas, O Silêncio da Casa Fria honra os melhores contos góticos. A história de uma mulher con¬frontada com um medo irracional, que coloca em xeque sua própria sanidade. Estaria Elsie vendo coisas como forma de dar sentido ao luto? Ou realmente havia algo sobrenatural morando sob o mesmo teto que ela? Algumas portas devem permanecer trancadas.
Resenha
Macabro e gelado
Em ‘O Silêncio da Casa Fria’, acompanhamos o luto de Elsie que acabou de perder seu marido e, por causa da herança do matrimônio, se muda para uma mansão enorme e isolada. Acontece que a viúva não está tão sozinha quanto imaginava. Além dos criados da casa, Elsie descobre painéis de madeira em formato de pessoas — comuns na Era Vitoriana — que parecem a seguir com os olhos por onde ela vai.
Perturbador e bastante sombrio, este livro mexeu com a minha cabeça e com meus medos mais ocultos. Laura Purcell conseguiu reproduzir em seu livro uma atmosfera antiga, permeada por um clima gélido e denso, em que o arrepio na pele e o frio na espinha são consequências reais a cada página.
A narrativa é intercalada entre três momentos distintos da história: o passado da protagonista na casa, o seu presente internada em um manicômio e o passado de outra personagem que é relatado por meio de um diário. A dinâmica é muito angustiante e serve para nos deixar ainda mais tensos durante a leitura, pois o enredo nos é entregue lentamente. Ao final de cada capítulo, a curiosidade do leitor por respostas é novamente atiçada. E os seus medos também.
Como uma noite escura e fria de inverno, este livro foi se apossando aos poucos de mim e acabou se tornando um dos mais assustadores que já li. O horror retratado nele não envolve apenas o sobrenatural, mas também o horror humano. Aos poucos, a autora nos transporta para o passado de Elsie e revela traumas pesados e questões realmente delicadas.
E o final? O final dessa leitura é um soco no estômago. Não apenas pelo plot, mas também por algo que está subjetivo nessa história e que me chocou muito. É um livro que precisa ser digerido. Um verdadeiro tributo aos romances góticos e às histórias antigas de fantasmas. Aterrorizante na medida certa, mas macabro em suas nuances.