O Rei Corvo - Maggie Stiefvater

O Rei Corvo - Maggie Stiefvater

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Sinopse

O aguardado volume final da Saga dos Corvos, uma conclusão espetacular à história mítica e sombria criada por Maggie Stiefvater. Nada que está vivo é seguro. Nada que está morto é confiável. Há anos Gansey iniciou uma jornada para encontrar um rei perdido. Um a um, ele atraiu seus amigos para essa missão: Ronan, que rouba coisas de sonhos; Adam, cuja vida já não é sua; Noah, cuja vida não é mais vida; e Blue, que ama Gansey... e tem certeza de que está destinada a matá-lo. O fim já começou. Sonhos e pesadelos estão convergindo. Amor e perda são coisas inseparáveis. E a busca pelo rei se recusa a ser fixada em um caminho. A busca pelo rei adormecido vai chegar ao fim em Henrietta — mas não sem perdas, desejos, revelações e uma verdade brutal. Com O rei Corvo, Stiefvater conclui uma verdadeira obra-prima.

Resenha

Resenha: O Rei Corvo O Rei Corvo foi um sonho, um pesadelo e alguma coisa entre os dois. Foi uma poesia, uma narrativa com começo meio e fim. Sobre o que se trata? Depende de onde começa a história. Maggie Stiefvater prometeu uma obra arrebatadora e cumpriu isso entregando o melhor fim - e talvez o melhor começo? - que uma saga poderia ter. De novo, O Rei Corvo começa dependente de algum ponto de vista. Pode começar falando sobre a Blue, uma garota cuja família prevê futuros sombrios, que se envolveu com quatro garotos corvos na busca por um rei adormecido. Pode falar sobre Ronan, um sonhador. Pode falar sobre Gansey, o explorador ansioso, aquele cuja voz comanda. Pode falar sobre Adam, que tinha medo e então encontrou coragem. Pode falar sobre uma aventura e sobre uma tragédia, sobre um sonho e sobre um pesadelo. Pode falar sobre o fim de uma saga e o início de algo mais grandioso. "Sonhadores devem ser classificados como armas." Eu quero abrir a janela e gritar para o mundo que esse é o livro da minha vida. Essa é a saga da minha existência. Tudo em O Rei Corvo existe porque deveria existir e graças aos céus por isso. Como nas outras resenhas, vou falar sobre os personagens, porque a trama está ali por eles. O enredo existe ao redor, sendo guiado através das escolhas e das tragédias e das perdas e dos ganhos de cada um deles. "Richard Gansey III havia esquecido quantas vezes haviam lhe dito que ele estava destinado à grandeza." Gansey está próximo da morte assim como está possivelmente próximo de encontrar o que sempre esteve procurando. O destino dele é intrincado por mistérios, ao mesmo tempo em que parece bem óbvio desde o primeiro capítulo do primeiro livro. Gansey é um rapaz sonhador - mas não no sentido real da palavra, esse é o Ronan - porque deseja. Ele quer viajar, ele quer explorar o mundo, ele quer amar a Blue sem precisar se esconder. Gansey quer encontrar o rei adormecido e fazer um pedido para ele; quer viver e ver tudo o que for possível. O mais mágico na escrita da Maggie é como ela te agarra com esses personagens, como todos são tão reais e excêntricos e vivos e perfeitos. Gansey é um garoto altruísta, disposto a tudo por seus amigos - sua família - mas também por ele mesmo. O mais mágico nele é sua relação com Adam, Ronan, Blue e Noah - e com Henry, o novo garoto corvo que chegou com tudo. Gansey está ali por eles em 100%, todas as suas emoções, seu coração e sua existência pertencem a essas pessoas em especial. Ele é tão rico e incrível e o tipo de personagem que você poderia abraçar e proteger do mundo para sempre. "Gansey suspirou em voz alta. Ele era um livro, segurando as páginas finais. Ele queria chegar ao fim para descobrir como terminava, apesar de não querer que ele terminasse." Blue e Gansey dividem os melhores momentos da trama. Os dois estão apaixonados e estão juntos e isso torna a dinâmica ainda melhor; não é nenhum romance meloso e sem sentido, nada de promessas e juras eternas. Eles se amam e isso é tudo, porque é o que importa. "Mas, de alguma forma, ela estava olhando para a ruína de uma alma, e nela havia um garoto morto." Blue, inclusive, é tão magnífica. Desde que aceitou fazer parte dessa caça ao tesouro, sua vida nunca mais foi a mesma - e ela nunca quis que fosse. Blue sempre esteve procurando por um propósito, por magia e por alguma coisa para dar significado à sua existência. Numa casa cheia de videntes e médiuns, ela era normal. Junto aos garotos corvos, ela é algo mais. Uma ampliadora, uma intercessora. Blue é uma das personagens femininas mais fortes e independentes que já li, e não porque ela pega em armas e se joga nas lutas, mas porque ela protege e se faz presente quando é necessário. Em relação à sua família, Blue tem ótimas interações com a mãe, Maura, e também com a filha do rei adormecido. Em relação a uma jornada de crescimento, eu diria que O Rei Corvo deu um ponto final no desenvolvimento da Blue. Ela cresceu tudo o que tinha que crescer e até um pouco mais. Adam e Ronan são um conjunto, e tudo o que eu queria fazer, honestamente, é berrar sobre os dois. Porque o livro só me causou isso: berros. Com a ameaça crescendo em Cabeswater, Ronan e Adam é que recebem a maior carga de consequências, uma vez que são os dois ligados à floresta mágica. Ronan, o sonhador, e Adam, que escolheu. "Quando abriu os olhos, viu que Ronan estava olhando para ele, como ele estivera olhando para Ronan durante meses. Adam olhou de volta, como ele estivera olhando de volta durante meses." Maggie delineou esse arco entre os dois personagens, uma coisa tão poderosa e incrível e inquebrável que te deixa sem fôlego, rolando pelo chão. Adam e Ronan são tão frágeis quanto fortes. Adam ainda vive com o medo do seu passado, os traumas infringidos pela família, a dor da solidão e da ideia de que pode se tornar algo que não lhe pertence. Ronan, por outro lado, lida com pesadelos mais etéreos. Lida com sonhos e com as consequências de tirar coisas deles; o que está acontecendo com Cabeswater acontece com os dois também, e isso cria um coeficiente de tensão absurdo durante a leitura. Você só quer que eles fiquem juntos e felizes, mas tudo parece bom demais para ser verdade. A questão a respeito do Adam é a respeito do que suas escolhas no primeiro volume trarão para ele agora que a floresta mágica está adoecendo. Adam é parte dela, tem parte dela nele. O garoto que escolheu o caminho mais difícil agora confronta o que esse caminho reservou para ele. O mais interessante em toda a jornada do Adam é como ele nunca perdeu os traços da personalidade original - aquele orgulho ferrenho, a vontade de crescer, o pavor que seu passado carregava - mas como se tornou algo mais em cima disso. Ele é um dos personagens mais frágeis e preciosos que já li, um dos mais marcantes e apaixonantes que as histórias já me apresentaram. Diferente do garoto rebelde e perigoso do primeiro volume, no entanto, aqui encontramos em Ronan um sonhador mais cauteloso, um garoto ansioso por fazer a coisa certa. Ele quer proteger a família e os amigos - sua segunda família - quer não ter medo dos seus pesadelos, quer sonhar e não se preocupar com o que pode sair desses sonhos. Ronan deseja, e ele tem medo desses desejos, especialmente agora que Cabeswater está tomada por seus pesadelos. As interações entre ele e Adam abrem caminho para um fortalecimento necessário ao personagem tão aparentemente bruto e indestrutível que é Ronan Lynch; perto de Adam, ele é só uma brisa a ser soprada, um coração desejoso. "Seus sentimentos por Adam eram um derramamento de petróleo; ele os deixara transbordar, e agora não havia um maldito lugar no oceano que não pegasse fogo se ele deixasse cair um fósforo." Uma coisa que eu vou gritar aqui sim é PYNCH. RONAN LYNCH E ADAM PARRISH = EU MORTA. Eu fiquei completamente apaixonada pelo desenvolvimento das histórias deles. De como elas se ligavam e existiam juntas e de repente se separavam porque precisavam crescer sozinhas. Adam e Ronan são dois dos personagens mais queridos que já tive o prazer de amar, e vou continuar amando para sempre porque o que esse livro e essa saga fez com eles é difícil de explicar, muito mais fácil de sentir. Eles são um emoção fervorosa, um incêndio, um amor e uma promessa.Por último, preciso falar sobre o Henry. Henry Cheng que chegou de repente e eu achei que pouco me importaria com ele, afinal de contas, passo tempo demais chorando pelos outros personagens. Mas Henry ganhou o meu coração e minha atenção e todo o meu amor conforme as páginas passavam e sua presença se tornava essencial; eu acho absurdo e maravilhoso como a Maggie consegue pegar uma simples figura e transformá-la em algo inesquecível. Foi isso que ela fez com Henry e com cada outro personagem que passou por esse livro. "Pesadelos eram reais. Não havia diferença entre os sonhos e a realidade quando eles estavam juntos ali em Cabeswater. " Claro que, além deles, temos as mulheres da Rua Fox, 300, o Senhor Cinzento, Piper e sua medonha fissuração pelas sombras dentro do mundo dos sonhos e tantos outros personagens que ajudaram a construir a obra prima que é este livro. O interessante nessa história é que tudo sempre esteve lá. As respostas, a finalização dos arcos, o que os personagens fariam para salvar uns aos outros. Desde o princípio, desde o primeiro livro, Stiefvater nos deu o que seria o final. Quando você esquece das suas teorias e foca no que a saga prometia, ela cumpriu com perfeição. Não existe nenhum ponto solto, nenhuma explicação mirabolante tirada da cartola. Sempre esteve ali, você só precisava enxergar. O Rei Corvo é uma história sobre vários protagonistas. Dependendo de onde você começa, ele fala sobre determinado personagem. No primeiro volume, já temos o vislumbre da grandiosidade que cada uma dessas figuras vai carregar, mas o último livro nos explicita a importância de todos eles. A saga dos Garotos Corvos é sobre seus meninos, sobre suas escolhas, sobre seus medos e traumas e sobre a superação disso tudo. É a história da busca por um rei adormecido, de uma profecia sobre amores verdadeiros fadados à tragédia, sobre Blue, sobre Adam, Gansey e Ronan. "Adam sorriu alegremente. Ronan começaria guerras e queimaria cidades por aquele sorriso verdadeiro, franco e amigável." O Rei Corvo é tudo o que tinha que ser e muito mais. É uma história feliz e triste, a caçada por um rei adormecido, pela promessa de salvar um mundo da escuridão, de escapar de pesadelos e construir novos sonhos. O Rei Corvo foi, sem sombra de dúvidas, minha melhor leitura deste ano. E eu recomendo e sempre recomendarei a saga dos Garotos Corvos para todo mundo que quiser se apaixonar perdidamente pela poesia que Maggie Stiefvater criou; a partir de um sonho, muito provavelmente.