Quase de Verdade e Outros Contos - Clarice Lispector
- Clarice Lispector
- 88 Páginas
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Sinopse
As cinco obras aqui reproduzidas representam a íntegra da produção infanto-juvenil de Clarice Lispector: Quase de verdade, A vida íntima de Laura, O mistério do coelho pensante, A mulher que matou os peixes e Como nasceram as estrelas. São relatos repletos de magia e humor e, em muitos casos, baseados em experiências de vida da própria Clarice, dona da rara habilidade de transformar incidentes banais do cotidiano em histórias universais, atemporais e inesquecíveis. O mistério do coelho pensante (1966) A saga de um coelho que a família Lispector tinha em Washington, que conseguia sempre escapar da gaiola supostamente à prova de fugas. A mulher que matou os peixes (1967) Rompendo com os parâmetros da bem-comportada literatura infantil da época Clarice não faz rodeios e confessa de imediato: "Essa mulher que matou os peixes infelizmente sou eu". Após o que ela tenta se resgatar enumerando vários exemplos do seu amor pelos mais diversos tipos de animais, porém sem evitar também os relatos tristes. A vida íntima de Laura (1974) Laura é uma galinha "bastante burra" e com "o pescoço mais feio que vi no mundo" e que vive em plena paranoia, com medo de ser morta e comida mais dia menos dia. Destino que ela só aceita se for parar no prato do Rei Pelé. Na verdade ela não tem o que temer, pois é a melhor poedeira do galinheiro, mas só se tranquiliza quando o jupiteriano Xext desce do espaço sideral para lhe assegurar proteção total. Quase de verdade (1978) Livro narrado por Ulisses, que assim se apresenta: "Sou um cachorro chamado Ulisses e minha dona é Clarice". É a história de uma figueira estéril e frustrada que apela para a bruxa Oxelia e adquire o poder de iluminar o galinheiro fazendo com que as galinhas ponham ovos continuamente "para vender e ficar milionária". Felizmente a bruxa boa, Oxalá, consegue reverter o feitiço e tudo volta ao normal. Como nasceram as estrelas. (1987) O subtítulo, Doze lendas brasileiras, não é totalmente exato, pois a última história do livro (relativa ao mês de dezembro), narra a vida do menino Jesus. As onze histórias restantes são recontos que colocam de fato em cena entidades e animais reais ou mitológicos da vida nacional. Em capa dura, com prefácio inédito de Paulo Gurgel Valente e ilustrado com colagens da artista plástica e ilustradora Mariana Valente, neta de Clarice.
Resenha
Me perco em Clarice.
Mas é porquê me encontro em sua escrita.
Clarice é honestidade e pureza ao compartilhar a presença de magia e realidade do mundo com uma criança.
Escritas especialmente para os seus filhos e posteriormente editados e publicados para o público infantil nacional, estas histórias guardam particularidades intrínsecas ao universo íntimo da vida materna de Clarice. Exemplos pitorescos e frases pouco adequadas para pessoas ainda tão pequenas são alguns dos aspectos que podem espantar o leitor que almeja uma escrita infantil politicamente correta.
Se você está a procura por histórias que guardam uma lição de moral ou que comecem com ?Era uma vez??, sugiro que escolha outra narradora que não seja a Clarice Lispector.
Esta edição encantadora de Clarice para crianças reúne os livros infantis:
. A mulher que matou os peixes;
. O mistério do coelho pensante;
. A vida íntima de Laura;
. Quase de verdade; e
. Como nasceram as estrelas: doze lendas brasileiras.