Quando Eramos Orfaos - Kazuo Ishiguro
- Kazuo Ishiguro
- 378 Páginas
3
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Sinopse
Quando éramos órfãos marca a volta de Kazuo Ishiguro à ficção, depois de um silêncio de cinco anos. Com sutileza temperada por um humor fino e certeiro, o autor de Os vestígios do dia escreve sobre o poder do passado de determinar, para o bem ou para o mal, o presente das pessoas. Christopher Banks, um garoto inglês nascido na Xangai do início do século, fica órfão aos nove anos de idade, quando seus pais desaparecem misteriosamente. De volta à Inglaterra, torna-se um detetive de renome e circula nos meios mais refinados. Vinte anos depois, Banks resolve rever Xangai - agora palco da guerra sangrenta entre China e Japão. A partir desse momento, sua busca pelos pais passa a confundir-se com a busca pela ordem num mundo órfão, vitimado pela sombra. Envolvente, a narrativa ganha ritmo de trama policial na voz controlada e minuciosa do protagonista. A aparente frieza do relato, entretanto, não esconde o que Christopher Banks não quer ou não pode ver: que sua memória, sua visão de mundo, não estão imunes às tragédias da infância. No vaivém das reminiscências, o lirismo colide dolorosamente com a matéria dura da realidade.
Resenha
um artista das memórias e das palavras
como é linda a escrita de ishiguro!
eu diria que ela reúne a precisão que existe em seu DNA japonês com a elegância vitoriana que ele adquiriu por passar a vida na inglaterra... uma sensibilidade e um talento excepcionais para construir protagonistas profundos e multifacetados, por quem desenvolvemos rápido tanto uma empatia calorosa quanto um certo desespero contido.
além disso, parece ter predileção por aqueles com "contas a acertar" com suas próprias memórias -- seja querendo apenas revisitá-las, ou necessitando reformulá-las, ou ainda tendo que acolhê-las, para entender como escolhas e circunstâncias, juntos, os levaram a se tornar quem são (e fazer as pazes consigo).
sem dúvida, anseio por ler seus demais romances, que infelizmente são apenas oito... :-)
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