Passaro e Serpente - Shelby Mahurin

Muito divertido, mas mal editado Eu ainda não entendi onde todo mundo viu o hype desse livro, porque no máximo vi algumas pessoas lendo e só, logo até parei de encontrá-lo por aí. Ganhei meu exemplar de presente, mas teria comprado também, porque adoro histórias com bruxaria e sou louca por fantasia! No final das contas, adorei a leitura pela maior parte do tempo, mas também fiquei um pouco entediada lá pelo final. Ainda quando eu estava adorando, já tinha algumas críticas para ele. Mesmo assim, estou louca para ler o segundo! O ponto alto do livro, como eu esperava, é a interação entre os personagens principais, Reid e Lou. Os dois não são só inimigos, como opostos completos, o que foi bem engraçado e divertido desde o começo. Só que não foi perfeito. Na verdade, várias atitudes da Lou para mim foram infantis e não tiveram graça. Acho que passou só um pouquinho do limite, além de que a autora claramente não soube desenvolver o Reid além da superfície. O problema é que ele é um estereótipo sem qualquer característica marcante e diferente, sem camadas ou complexidade. A Lou, por exemplo, não é uma personagem completamente inédita, mas pelo menos ela tem personalidade e conquista, sabe? Já o Reid é uma coisa só e depois muda para ser uma coisa só, mas diferente. Eu ainda tive muito problema com sua personalidade agressiva e violenta. Normalmente, eu odiaria um cara assim, mas ele claramente estava tentando mudar e acho isso bem válido, mas fica difícil simpatizar com ele quando é um personagem tão bidimensional. O romance foi outra coisa que começou super bem, mas que desandou um pouco. Adorei que os dois começaram se odiando, mesmo todo mundo sabendo que iriam se amar em algum momento. Teve uma transição bacana no começo, mas aí do nada eles já se amavam loucamente! Eles foram de começar a gostar um do outro a se amarem como se não vivessem sem o outro. Isso teria sido resolvido fácil se tivessem começado a se entender antes. Mas acho que o que me incomodou mesmo foi que fiquei entediada durante a última parte do livro, que era para ser a mais emocionante. O problema foi que muita coisa já tinha acontecido, e foram várias páginas para cada coisa, então chegou a um ponto em que eu já não queria mais saber como terminaria, já tinha cansado desse universo que não estava realmente indo a lugar nenhum. Acho que sei exatamente qual acontecimento/cena que poderia ter sido tirado/a para melhorar o ritmo do livro (Bas). Fiquei um pouco dividida entre querer que a autora tivesse começado a história pela vida da Lou antes ou não, mas confesso que teria sido mais interessante. Uma das razões é porque, aqui, as bruxas ficaram como as grandes vilãs, como se as únicas boazinhas fossem a Lou e a Coco, o que acho bem injusto. Sei que muita gente reclamou sobre a representação de Wicca no livro, mas eu entendi a magia dele como completamente nova, no máximo inspirada em algo da Wicca. Também achei que o sistema de magia, o jeito que ela funciona e como elas a manipulam foi meio aleatório e incerto. Pareceu que a autora ainda não decidiu quais vão ser as regras e os limites desses poderes diferentes. Mas o que realmente me fez tirar mais uma estrela do livro do que eu planejava dar foram as resoluções. Os conflitos da história são resolvidos muito facilmente, com alguns detalhes convenientes demais que acabam aparecendo só na hora em que mais precisam, sem qualquer sinal ou base antes. Nada que não seria consertado facilmente em uma edição, mas mesmo assim. O livro teria crescido muito com alguns pequenos ajustes, principalmente ao final e à geografia da história. Não ter um mapa, por exemplo, faz parecer que as decisões dos personagens são aleatórias. Afinal, eu gostei da história, me diverti bastante na maior parte do tempo e estou bem curiosa para saber o que vem por aí! Recomendo sim, mas leve em consideração que não é um livro ótimo e nem tão realista, que saber o que esperar te ajuda a evitar decepções!