Muito Mais Que Um Crime - Philippe Besson
- Philippe Besson
- 156 Páginas
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Sinopse
“Implacável e dilacerante.” ELLE Dois jovens irmãos. No instante que transformará suas vidas para sempre, ele tem dezenove e ela, treze anos. Esta história poderia ser resumida em poucas palavras, aquelas que a caçula, testemunha involuntária, pronuncia ao telefone, com a voz trêmula: ”O papai acabou de matar a mamãe”. No rescaldo desse choque profundo, esses jovens destroçados terão que lidar com a dor, a raiva, a culpa e o afeto. E serão compelidos a revisitar o passado para tentar compreender a terrível mecânica que levou a esse ato indizível. Narrada com delicadeza e precisão, esta obra de ficção inspira-se em fatos reais para explorar mais que uma questão social; ela traça o penoso caminho de duas vítimas colaterais e invisíveis em busca de reaprender a viver. “Com grande delicadeza, Philippe Besson explora o tema do feminicídio e suas consequências. É fascinante, bem engendrado e está no centro das questões atuais.” Livres Hebdo ”Este livro não é sobre uma notícia de jornal, é um retrato arrepiante da mancha de óleo na qual as crianças, vítimas colaterais, são mergulhadas pelo resto da vida.” Marie-Claire ”A força ficcional deste romance, que é mais verdadeiro do que a vida real e inspirado em fatos verídicos, é igualada apenas pela escrita sóbria de Philippe Besson, que está no ápice de sua forma, ao sondar corações e almas e relatar as dificuldades de viver o dia seguinte para essas vítimas invisíveis.” La Provence ”Este é um livro que vai te prender pelo ventre.” Augustin Trapenard, La Grande Librairie ”Elegância, precisão… um texto magnífico. Uma leitura obrigatória.” FNAC Vichy ”Philippe Besson escreve um livro sóbrio, sem uma palavra desnecessária, atravessado por uma raiva fenomenal, a raiva do filho, a raiva dele, a nossa raiva. Em um gesto literário de grande elegância, ele devolve a dignidade a todas as mulheres vítimas de violência doméstica e às ‘vítimas colaterais’: filhos, parentes, amigos, que as amaram e perderam. Mulheres cuja história é sagrada, mesmo quando desprezadas pela violência dos homens ou tratadas como um caso menor pelos tribunais e pela imprensa.” Le Point ”Philippe Besson examina uma ferida aberta com efeitos posteriores indeléveis. Ele evoca a jornada dos pais, como eles se conheceram e o desgaste de seu relacionamento. Em seu estilo conciso, com uma lucidez implacável, ele conta a história não de uma notícia, mas de um fenômeno social sobre o qual recebemos estatísticas contundentes todos os anos. Ele destaca a negligência, a covardia e a inconsistência que levam ao irreparável.” L’Obs
Resenha
Feminicídio, uma leitura mais que necessária e atual !
Um livro de 176 páginas, mas que carrega uma história pesada, cruel, brutal, triste, comovente, impiedosa.
Um pai que mata a própria esposa e a filha caçula de 13 anos que presencia o ato.
Franck, um marido violento dentro de casa, mas cordial e gentil para os estranhos.
Cécile Morand, uma mulher que, após 20 anos de casada, não está mais satisfeita com seu casamento. Quer terminar, quer ir embora de casa. Ela é subjugada pelo marido, sofre as mais diversas violências domésticas calada, mas está sempre perdoando o marido.
O irmã mais velho, narrador desta história, tem 19 anos, é bailarino e mora em Paris. Visita os pais de vez em quando. Não aceita alguns comportamentos do pai nem da mãe.
Léa tem 13 anos, mora com seus pais, amo absurdamente sua mãe, percebe o que está acontecendo dentro de casa com seus pais.
Quando Cécile é assassinada, Lea liga para seu irmão avisando. Imediatamente ele viaja para Blanquefort, para estar ao lado dela. Suas vidas nunca mais serão as mesmas.
O que faz um homem achar que a mulher é propriedade dele? O que faz um homem achar que a mulher tem ou deve ser submissa a ele? Insegurança? O que faz um homem achar que pode ser tirano e opressor ?
Aqui não será discutido o porquê do marido ter matado a esposa, não há justificativa para tal, mas sim as consequências deste ato na vida dos filhos. Philippe Besson nos escancara cruelmente como fica a vida o psicológico e o emocional dos filhos após a perda brutal da mãe, a reclusão social, a desmotivação, a apatia pela vida.
Em capítulos curtos, vamos acompanhando o declínio do filhos. Por mais que a psicoterapia esteja presente na vida deles, o processo do luto é muito difícil e doloroso. Cada um tem a sua forma de lidar com o luto e se não bem acompanhado pode levar aos extremos.
Um livro que fala sobre feminicídio e o autor mostra todos os lados e as consequências desse ato. É pesado, é dilacerante de ler e, mais ainda, por saber que diariamente existem milhares de Cécile sendo mortas por seus parceiros deixando seus filhos a mercê de graves problemas emocionais e psicológicos.