O Homem de Giz - C. J. Tudor

O Homem de Giz - C. J. Tudor

3
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Sinopse

Assassinato e sinais misteriosos em uma trama para fãs de Stranger Things e Stephen King Em 1986, Eddie e os amigos passam a maior parte dos dias andando de bicicleta pela pacata vizinhança em busca de aventuras. Os desenhos a giz são seu código secreto: homenzinhos rabiscados no asfalto; mensagens que só eles entendem. Mas um desenho misterioso leva o grupo de crianças até um corpo desmembrado e espalhado em um bosque. Depois disso, nada mais é como antes. Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado, até que um dia ele e os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. Quando um dos amigos aparece morto, Eddie tem certeza de que precisa descobrir o que de fato aconteceu trinta anos atrás. Alternando habilidosamente entre presente e passado, O Homem de Giz traz o melhor do suspense: personagens maravilhosamente construídos, mistérios de prender o fôlego e reviravoltas que vão impressionar até os leitores mais escaldados.

Resenha

Nadou, nadou e morreu na praia. Um thriller elogiado pela crítica especializada e comparado a grandes autores como Stephen King e Jo Nesbo? Oba, vamos lá, não tem como errar nisso. Só que tem, e muito. A obra claramente tentou pegar carona em histórias recentemente hypadas na mídia como It - a coisa e Stranger Things, todo o clima de cidade pequena com mistérios e um grupo de crianças com seus próprios segredos. Nenhum problema até então, excelentes obras literárias surgem como uma tentativa de homenagem outros escritores. O lado negativo é quando você não consegue imprimir sua própria personalidade e ao invés de uma homenagem a história se torna uma colcha de retalhos, com elementos de vários lugares porém sem funcionar por si só. O Homem de Giz tem muitas falhas, uma delas é o desenvolvimento dos personagens. Todos são absolutamente irritantes, e com exceção do protagonista são rasos e não escapam de velhos padrões do gênero. E mesmo o protagonista beirando a um bom desenvolvimento não chega lá, é clara a tentativa da autora de humanizar o personagem colocando falhas de caráter (e explicando a origem de cada uma delas) , só que não acontece uma identificação com o leitor, pois o que era pra ser sensível e real acaba simplesmente se tornando maçante. Pior do que o desenvolvimento dos personagens foi o enredo em si, além do final completamente previsível, a autora desenvolve explicações abomináveis para justificar outros acontecimentos pequenos que vão ocorrendo ao longo da trama. Um conjunto de coincidências extraordinárias e sincronizadas mas que no final não tinham ligação entre si, só calharam de ocorrer todas na mesma cidade e na mesma época para que o leitor pensasse que tinha uma elaborada tramoia ocorrendo por trás de tudo. Um artifício tão pobre e indigno quanto o velho "dar um susto no leitor mas na verdade era só um sonho". Sério, esse tipo de coisa não cola mais, deixa a história pobre e tira completamente a credibilidade do livro. Sem falar alguns furos ENORMES que a C.J. Tudor nem mesmo se deu ao trabalho de tentar explicar, adivinha porquê? Já tinha muitas coincidências, muitos personagens soltos e desnecessários na trama, não tinha mais onde enfiar justificativa meia boca sem escancarar o quanto a história é pobre e cheia de furos. E por falar em personagens soltos, somos apresentados a alguns tão descartáveis que até o momento eu não entendi muito bem o propósito deles na trama. Exemplo, a garota que faz parte do grupinho no começo do livro, quando parece que a autora vai começar a desenvolver e dar uma justificativa pra ela estar ali (além de ser filha do pastor, única garota do grupo e por quem o protagonista alimenta uma paixonite), ela é completamente descartada da obra e retorna anos depois com uma única função (mas que poderia perfeitamente ser desempenhada por outro personagem sem alterar ABSOLUTAMENTE NADA na história). Dei 2 estrelas apenas pela escrita da autora mesmo, é limpa e fluída e consegue te prender em alguns momentos. Queria dizer que foi uma boa tentativa, mas C.J. Tudor ainda tem que comer muito arroz com feijão pra ao menos ser comparada com bons autores de thriller.