Fausto - Johann Wolfgang von Goethe

Fausto - Johann Wolfgang von Goethe

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Sinopse

Com a sua temática arquetípica e grandiosidade estética, o Fausto se impõe como ápice e síntese da obra pioneira de Johann Wolfgang von Goethe. A obra-prima do autor nos transporta à tragédia do protagonista que, desiludido, faz um pacto com o demônio Mefistófoles.Esta edição possui ainda um prefácio e notas escritas por Daniela Kahn, doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada pela USP.

Resenha

Fausto é uma lenda alemã, difundida oralmente ao longo do tempo, foi publicada a primeira vez em forma de livreto em 1587, o poema dramático e de Johann Wolfgang Von Goethe foi publicado em duas partes, a primeira em 1808 e a segunda postumamente em 1832. Henrique Fausto, é um estudioso muito inteligente, ambicioso e insatisfeito, que faz um pacto com Mefistófeles em troca de ter todos seus desejos realizados. A lenda original na qual se baseia o livro foi inspirada em Johann Georg Faust (1480 ? 1540), mago e astrólogo do Renascimento alemão, apontado como alquimista e acusado de bruxaria e de ter feito um pacto com o diabo. Saber das referências da obra deixa a leitura mais acessível, tornando mais fácil entrar no poema que tem uma escrita rebuscada e as vezes (principalmente no começo) de difícil compreensão. Reli as primeiras 25 páginas duas vezes e assim consegui compreender melhor a escrita, fiz muito uso do dicionário, mas nada disso tornou a leitura menos prazerosa e curiosa para mim. As referências de Fausto na cultura pop são vastas e isso desperta a curiosidade e desejo de mergulhar nessa leitura. Mefistófeles é um personagem misterioso, e queria entender o que ele fazia ao lado de Deus no início do livro, queria descobrir o que eles conversaram antes da aposta. As falas dele quando se isenta da responsabilidade da insatisfação de Henrique são ótimas, demonstra a manipulação e astúcia de seus atos. Gostei muito da segunda metade do poema onde Margarida já aparece desgraçada... ela é um exemplo amplo de derrocada e redenção. Também adoro a perspicácia dela diante de Mefistófeles, conseguindo interpretá-lo com mestria, como se pudesse ver através de sua fachada. "Deus me livrara de conviver com semelhante escória! Quando entra, encara sempre nas pessoas como quem zombeteia ou vem zangado; não toma nada a sério; está-se lendo naquela testa que ninguém lhe agrada. Sinto-me tão contente a sós contigo! tão senhora de mim! tanto à vontade no calor que a tua alma infunde à minha! vem ele... e eis-me tolhida inteiramente." As festas, as viagens, os Reis e figuras proeminentes que Fausto encontra ao longo de sua existência (sempre em presença de Mefistófeles), demonstram bem sua ambição e desmedida busca por saber, fazendo por vezes paralelo com o fruto do conhecimento e o grande pecado que é desejá-lo para si. Adorei que nesse contrato selado com sangue, quem tira vantagem das letras miúdas não é quem esperamos que seja. Vemos muito isso na literatura, eu mesma vi recentemente em "A Vida Invisível de Addie LaRue", isso foi uma quebra bem vinda das convensões. A leitura da peça foi de altos e baixos, mas maravilhosa a medida que o inesperado se descortinava a cada ato. O poema possui partes lindíssimas, que me causaram grande emoção. Acho que a única parte que não gostei foi da apresentação dos personagens no início, é confusa e imagino que isso possa fazer com que alguns abandonem a leitura, mas aviso que logo tudo se ajeita e fica cada vez melhor a medida que os personagens centrais se fixam no enredo. Tirei meia estrela por esse início truncado. Ademais recomendo muitíssimo essa leitura.