A Estrela da Meia-noite - Jovens de Elite  Vol. 3 - Marie Lu

A Estrela da Meia-noite - Jovens de Elite Vol. 3 - Marie Lu

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Sinopse

Houve uma época em que a escuridão cobriu o mundo, e a escuridão tinha uma rainha. Adelina Amouteru está cansada de sofrer. Ela virou as costas para aqueles que a traíram e conquistou a vingança máxima: a vitória. Seu reinado como a Loba Branca é de triunfo, mas a cada conquista sua crueldade cresce. A escuridão dentro dela começou a sair de seu controle, ameaçando destruir tudo que ela conquistou. Quando surge uma nova ameaça, Adelina é obrigada a revisitar antigas feridas, colocando não só ela mesma em risco, mas todos os Jovens de Elite. A fim de preservar seu império, Adelina e suas Rosas devem se juntar aos Punhais em uma jornada perigosa – mesmo que essa desconfortável aliança possa ser o verdadeiro perigo. Autora número um da lista de mais vendidos do New York Times, Marie Lu conclui a história de Adelina com este assombroso e hipnotizante A estrela da meia-noite, o terceiro título da série Jovens de Elite. — Chegará o dia em que a derrubaremos. Escreva minhas palavras. Vamos assombrar seus pesadelos. Cerro os punhos e lanço uma ilusão da dor através de seu corpo. — Eu sou o pesadelo.

Resenha

"Um dia, quando eu não for nada além de poeira e vento, que história eles contarão sobre mim?" Vocês já pararam pra pensar o que fazem os vilões atrativos a nossos olhos? Eu, particularmente, adoto quase todo vilão que vejo como favorito logo de cara. Com o tempo, percebi que os mais queridos são aqueles com emoções mais cruas, de razões mais humanas para fazer suas vilanias e maldades. Por isso que, quando vi que a diva Lu tinha lançado um livro em que a protagonista era uma vilã, fui logo atrás de conhecer o novo universo e os novos personagens que ela presentearia meu universo literário. "O que importa se eu estou louca? Eu tenho uma centena de navios. Vinte mil soldados. Meus Rosas do meu lado. Eu sou rainha." E fui muito compensada por isso. A Adelina é única; faz o que for preciso para atingir seus objetivos e sabe disso, tem auto conhecimento o bastante para saber que dentro dela reside o medo, a fúria e a paixão. Ela é dona de si mesma e reconhece o que é, sem falsas imagens e pretensões. "Deixe-os vir. Eu já cortei gargantas antes, e eu posso fazer isso novamente." Neste livro, vemos Adelina - e todos os elites - lutarem contra as forças do Underworld, do submundo e suas forças imortais. Sabendo agora que o corpo mortal dos malfettos não consegue resistir aos poderes cedidos pelos deuses e que, pouco a pouco, eles vão desvaecendo em suas forças e em espíritos, os jovens de elite buscam uma solução que salvem não apenas eles, mas todo o mundo, marcados e não marcados. "Há um desequilíbrio no mundo. O veneno do imortal tocando o mortal." Creio que, maior do que a batalha citada acima, a briga de Adelina por sua sanidade seja ainda mais estarrecedora; fiquei com medo de vê-la perdendo-se em si mesma, perdendo-se num amor por Enzo, que já não estava mais ali, perdendo-se em suas conquistas e nas rebeliões que fizeram contra ela. Desde o começo, o sentimento fora temor; sei bem - ah, se sei, com o histórico de vilões que amei e não estão mais neste mundo - que os malvados não sobrevivem nas histórias e, fora isso, eu sabia que a batalha do corpo e dos poderes de Adelina já tinha começado, com os sussurros e as visões. Eu temia, ainda, por Magiano e Violetta. "Aonde você irá quando o relógio marcar doze horas? O que você fará quando encarar a si mesmo? Como você viverá sabendo do que fez? Como morrerá, sabendo que sua alma já se foi?" Eu tive muito medo, sim, e li tão lentamente quanto pude para não chegar à inevitabilidade do que o final do livro poderia trazer. Mas fui surpreendida pelo teor do livro. Porque, para uma história em que o centro é um vilão, o medo, a dor, as mortes - que sim, aconteceram, e sim, ainda não superei - e o sangue não fora o tom que Marie adotou nestas páginas; aqui, cada palavra foi conduzida por uma fonte rica e indubitável de amor. Amor, gente. Algumas pessoas acreditam que há motivos exteriores para fazermos o que fazemos e sermos do jeito que somos. Elas acreditam em divindades, destino, sorte, vidas passadas... Eu, bem... eu acredito que, para todo fim e começo, o que justifica nossas ações, além do querer, do poder, do ódio, da inveja, da cobiça... eu acredito que tudo o que nos liga ao mundo e ao que somos é ele, o famigerado e desejado amor, seja ele qual for: amor por nós mesmos, pelo outro, por alguma coisa; amor pelo poder, pelo dinheiro, pela vingança; amor pelo ódio, pelas emoções intensas, pelas raivas que ocultam as verdadeiras tristezas. Para mim, tudo começa e termina no amor. E, acima do amor carnal - porque o otp deu certo sim, graças a Deus e obrigada - o que mais senti fora as especificidades do amor fraterno; aquele amor próprio de irmãos em que há tantas emoções misturadas, tantos conflitos e interesses e, ainda assim, tanto carinho, preocupação e companheirismo. E Adelina, sem dúvida, amava suas trevas; amava sua independência, a força que o medo e a fúria lhe davam; amava sua irmã, Violetta, amava Enzo, amava amava e amava. Amor e ódio e a famosa linha ínfima que os separa ou não, Adelina é movida por clamor, por intensidade, por amar os malfettos e por amar a visão de vê-los conseguindo a justiça que eles merecem. Adelina tinha laços, laços que muitos de nós temos. Todos nós amamos algo em nós mesmos, todos nós gostamos muito de alguma coisa material, todos temos alguém que amamos, por mais difícil que seja a relação. Só que, mesmo tendo passado e ganhado tudo o que ganhou, Adelina amava muito uma coisinha, e amava mais do que sua vida, seu poder e seu legado - Adelina amava mais a irmã. Encarando a trilogia inteira agora que está terminada, acho que uma bela lição ficou para gente, sabe? Nós julgamos os outros a partir de nós mesmos, e caímos numa tangente tão, tão errônea. Não conhecemos completamente nem a nós mesmos, quem dirá os motivos e o que os outros farão. Não conhecemos nem nossos pais, que juntos construíram cada célula de nosso ser, quem dirá alguém de fora. E nós amamos, e amamos muito, mas sem pensar que cada um ama a seu jeito. Que amamos diferente dos outros e que os outros amam diferente da gente. Adelina amou muito, amou até mesmo quando tentou arrancar com armas, pensamentos e ilusões os sentimentos que habitavam seu espírito. Ela foi uma vilã deslumbrante, uma personagem memorável, cheia de coerência e humanidades tão delas e brutais que teve um brilho durante os dois primeiros livros que ganhou pleno esplendor neste último. Uma estrela na meia noite que guia e transita corações. O final foi poético, cheio de significado, de sensações e amor. Amor, novamente. Porque o que a superfície aparenta não é, como regra, o que a profundidade reflete; e, assim como uma estrela é cheia de gases e calor e brilho, as pessoas são profundidades, são funduras, são estalactites formadas por rochas e calcários e que mesmo assim pendem para dentro de grutas misteriosas e escondidas. "Você não pode endurecer seu coração para o futuro só por causa de seu passado. Você não pode ser cruel consigo mesma para justificar a crueldade com os outros. É difícil. E eu sei que você têm tentado." Este livro... Este livro é Marie Lu dos pés a cabeça. E quem leu Legend sabe. Quem leu Legend a conhece: ela te pisa, te quebra aos pedaços, e depois te conserta; porém, um vaso quebrado uma vez nunca mais é o mesmo, e o estrago ainda tá lá, feito, ainda doendo. Só está remendado. E assim ficará para sempre. Adelina sempre estará no meu coração remendadinho, assim como Magiano, Violetta, Teren (Teren!) e tantos outros jovens de elite. E, parafraseando um trecho do livro, as palavras e a história deles estará sempre comigo; e, por mais que seja ficção, rumor, conversinha pra boi dormir e como quer que qualifiquem, uma história é uma história, e uma história é eternamente contada, não importa qual seja o tempo e quem sejam os interlocutores. Uma história contada é uma história viva, em que os personagens vivem. E eles viverão comigo, assim como sei que viverão com vocês. Não despeço-me desta maravilha que foi Young Elites: eu abraço-o com todo o meu ser. Foi, sem dúvida, maravilhoso.