O Escravo - Carolina Maria de Jesus

O Escravo - Carolina Maria de Jesus

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Sinopse

“Somos escravos de tudo que desêjamos possuir. Ninguem é livre neste mundo.” Neste romance inédito, Carolina Maria de Jesus apresenta uma história de amor e desilusão entre dois jovens de classes sociais distintas. Uma das mais importantes escritoras brasileiras, Carolina Maria de Jesus deixou, além dos cadernos autobiográficos, uma vasta produção literária dos mais diversos gêneros, que ainda permanece amplamente desconhecida. Em O escravo , romance inédito escrito na década de 1950, conhecemos a verve ficcionista da autora de Quarto de despejo e Casa de alvenaria . Os protagonistas dessa história são os primos Rosa e Renato, que, embora apaixonados, acabam seguindo caminhos distintos, sobretudo por pressão da família abastada do rapaz. O texto é resgatado e estabelecido diretamente do manuscrito original, conservando o projeto literário e estético da autora, e acompanha prefácio de Denise Carrascosa e posfácio de Fernanda Silva e Sousa. "Carolina inventa o romance proverbial como forma literária experimental para reverter o olhar colonial racista que quer fazê-la Mãe Preta, olhar quem a olha e, na condição de Preta Mãe de nossa literatura, criar outras irradiações sonoras que subvertam a língua euro-ocidental, gerando reverberações entre vozes afroancestrais, a alcançar o abolicionismo de Maria Firmina dos Reis, e vozes do afrofuturo, como as poetas slam, que dão seguimento ao desafio." ― do prefácio de Denise Carrascosa “Carolina constrói uma obra que pode ser tudo menos um romance ingênuo e maniqueísta […] e retrata o universo da ‘sala de visitas’ e suas adjacências, marcado por interesses escusos, ambições desmedidas, expectativas irreais, sem, no entanto, subtrair a dimensão humana e ordinária das personagens.” ― do posfácio de Fernanda Silva e Sousa

Resenha

"Um príncipe dourado era fácil de amar se você não tivesse de vê-lo arrancando asas de insetos." Serei sucinta. Não houve UM momento do livro em que eu não sentisse nojo puro de tudo. O estupro e a pedofilia explícitos, romantizados, dando liberdade para obra e leitor firmarem como fetiche... Sinceramente, não entendo como tantos fãs apoiam esse livro e veem um romance entre Laurent e Damen. Também tenho muitas críticas à construção do livro, o desenvolvimento da história e personagens, além dos vários furos que me deixaram inquieta (falhas que qualquer autor deveria se atentar). Não quero me agarrar somente às críticas, pois num todo me parece um mundo de ficção bem satisfatório como qualquer outro e a escrita é simples, agradável e fluida. Contudo, os plot twists são facilmente perceptíveis e não há nada que fixe o leitor REALMENTE, não há nada que prenda qualquer um ao livro e muitos facilmente abandonariam nos primeiros capítulo, já que tudo parece um grande e problemático conto erótico. O que mais me incomodou foi a banalização da escravidão em seus níveis mais cruéis e puros. A escravidão é algo inerente àquele mundo, desde a submissão profunda e "honrosa" às atrocidades de Vere. Sim, escravidão. Fetichizada. Casual. É preciso muito sangue frio e uma barreira de senso crítico para ler Príncipe Cativo, nada mais. Não recomendo pra ninguém e, apesar de tudo, quero terminar a saga por mera curiosidade e esperança de um desenvolvimento melhor. De qualquer forma, me sinto MUITO afetada pelo que o livro aborda, e não sei se o desconforto me deixará seguir em frente com C.S. Pacat. Ah, e não adianta avisar dos gatilhos do livro! Não são meros gatilhos, são temas explícitos e cruéis que fariam qualquer um PASSAR MAL lendo e absorver aquilo como um trauma real. Em All For The Game, por exemplo, há gatilhos (mal tratados até, mas de alguma forma tratados pelo menos). Já em Príncipe Cativo o que você vê é uma fantasia fraca, com narração fraca, tramas políticas fracas, personagens fracos, e, é claro, uma podridão problemática correndo nas veias da história.