David Copperfield - Charles Dickens

David Copperfield - Charles Dickens

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Sinopse

Um dos pilares da literatura ocidental moderna, Charles Dickens é até hoje fonte de inspiração para muitos escritores. Seu gênio foi admirado por Tolstói, Marx, Joyce, Kafka, Henry James, Nabokov, Orwell, Cortázar, entre muitos outros. Semi-autobiográfico, David Copperfield foi publicado em forma de folhetim entre 1849 e 1850. O autor afirma, no prefácio ao livro, que, entre os inúmeros romances que publicou, este era seu filho predileto. A edição inclui textos críticos de Jerome H. Buckley, Sandra Guardini Vasconcelos e Virginia Woolf. Tradução de José Rubens Siqueira.

Resenha

Se serei o herói de minha própria vida... Terminada a leitura desta obra, se torna mais fácil compreender e concordar quando o autor disse ter a mente dividida entre o prazer e o lamento: “prazer pela conclusão de um longo projeto, lamento por me separar de tantos companheiros.” Deve ter sido realmente muito difícil precisar por um ponto final nessa história tão grande - grande tanto em número de páginas quanto em riqueza da escrita e das personagens -, ao mesmo tempo que deve ter sido gratificante concluí-la. A história que temos aqui é, nas palavras do próprio narrador, um “manuscrito destinado apenas aos meus olhos”, onde David Copperfield escreve pensamentos e acontecimentos de sua vida desde o nascimento. E é por ter essa característica autobiográfica que acreditamos que, para a história dar certo, o narrador deva ser sincero com os outros e consigo mesmo para expor todos os fatos sem qualquer viés influenciador que uma pessoa possa ter sobre seus próprios pensamentos, é como ter de sair de si mesmo para poder se observar por inteiro. Sobre isso David confessa: “cumprindo o trato que fiz comigo mesmo de refletir minhas ideias neste trabalho, eu as examino de novo, de perto, e trago à luz seus segredos”, assim, podemos quem sabe ter mais firmeza em conhecer a história em seu todo, sem nada a esconder, mesmo ela sendo contada por um único ponto de vista. E que história! Quantos acontecimentos, quantos sentimentos, quantos encontros, desencontros e reencontros, quantas coincidências, quantas personalidades! Há momentos em que David Copperfield parece ser um personagem aquém de tudo o que está acontecendo à sua volta, como se ele fosse um mero observador, mas são nos principais momentos que vemos como seu indisciplinado coração se torna o ponto de articulação dos acontecimentos aqui relatados, também influenciado pelos episódios e personagens que o rodeiam. Isso talvez responda a pergunta que inicia a obra. A história tem um desfecho digno e que muito me agradou. Por fim, digo que encontrei neste “filho favorito” de Charles Dickens mais uma bela obra da literatura vitoriana que tanto me encanta. É o primeiro livro do autor que eu leio, e me surpreendi com sua capacidade de transmitir sentimentos e sensações, além de eu poder ver um pouco dos costumes da época.