O Apanhador de Sonhos - Stephen King

O Apanhador de Sonhos - Stephen King

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Sinopse

Criaturas alienígenas, aflição, terror. Em 'O apanhador de sonhos', todos esses ingredientes prometem ao leitor uma boa dose de calafrios, noites maldormidas, sentidos em alerta e, por via das dúvidas, uma luz acesa no corredor. 'O apanhador de sonhos' une, numa mesma história, terror, amizade e ficção científica. O cenário é a pacata cidade de Derry, no Maine, estado onde mora Stephen King e eleito pelo escritor para ilustrar grande parte de suas mais famosas tramas. E é lá que quatro garotos presenciam uma cena chocante - Duddits, um menino portador de síndrome de Down, é torturado por uma gangue de adolescentes. Num ato de coragem os quatro conseguem salvar a vida do indefeso menino. O que os amigos não ficam sabendo é que Duddits é um menino especial, com poderes para penetrar na mente de outras pessoas e compartilhar pensamentos e lembranças. Uma espécie de apanhador de sonhos. Em pouco mais de duas décadas, esse encontro será fundamental para salvar a vida de toda uma cidade.

Resenha

O apanhador de sonhos captou um pesadelo real. Eis aqui um livro de invasão alienígena! Tem pontos destoantes dos alienígenas popularmente conhecidos e ao mesmo tempo tem algumas referências a obras famosas e eternizadas na cultura pop, mas O Apanhador de Sonhos conta a história de um grupo de amigos que teve sua infância marcada por um acontecimento que acabou mudando suas vidas, e como isso voltará para o acerto de contas final. Se passa numa região do Maine e é uma história que mescla ficção científica, mistério e, como também não poderia ficar de fora, obviamente tem o horror - explicitamente notável nas cenas de violência. Esse título é muito mais convidativo e soa bem melhor que Câncer (título pensado pelo King). Além do mais, esse livro é muito inteligente, e os livros escritos a mão pelo Stephen acabaram sendo floridos para mim. Existem obras que não furam a bolha de fãs ou que até mesmo os próprios fãs apontam e criticam em excesso, e isso desestimula vários leitores. O Apanhador de Sonhos definitivamente me surpreendeu bastante, por isso é sempre bom você tirar suas próprias conclusões e não se deixar levar pela opinião alheia (inclusive do King, pois é um dos livros menos preferidos dele). Apesar de amar ficção científica não sou muito fã de histórias com alienígenas, e desde o início já somos apresentados ao tema principal com um apanhado de notícias do mundo inteiro (inclusive aqui no Brasil, especificamente no Mato Grosso) de avistamento de OVNIs e aparições de luzes estranhas no céu - porém apesar dessa introdução rápida demora um pouco para que eles sejam introduzidos na estória. Tudo inicia muito rápido na primeira parte com um forasteiro relatando algumas coisas estranhas, mas, depois disso, essa espera pode ser um pouco cansativa pois tudo fica meio parado, até a lombra bater. Foi muito bom revisitar Derry! Eu já sabia que ia ter alguma coisa fazendo referência quando vi no King Universe, mas não pensei que fosse ser da maneira que foi. Levei um susto pois é logo no início da página e eu não estava esperando que fosse naquele momento. It você sempre será lembrado pois é o maioral. E o King foi muito gênio por interligar essas histórias, pois, apesar de seus focos principais serem totalmente distintos, O Apanhador de Sonhos me lembrou situações ocorridas em It: A Coisa (detalhes que não posso escrever pois é spoiler de It). Ele é dividido em três partes e no início fiquei confuso com a (não) linearidade, pois, do mesmo modo como em It, a narrativa vai se alternando entre o presente e o passado, mas aqui ainda temos os sonhos dos personagens, sendo assim, lá ficou melhor esclarecido para mim. No subconsciente deles o bagulho fica louco, a leitura fica mais lenta e inicialmente me causou um pouquinho de estranhamento, mas independentemente acredito que se você estiver bem inserido na trama vai interpretar bem os acontecimentos, o que talvez, a depender do leitor, não seja um fator tão positivo assim. Apesar de entender sua essencialidade, não vou mentir que em alguns momentos eu revirei os olhos com o excesso do King novamente. Além dessas partes mais arrastadas, existe também personagens que não são tão legais de acompanhar que vai criando um empecilho no ritmo de leitura. Sei que faz parte da construção da estória, e como já estou acostumado com a polêmica prolixidade do King já não é mais algo que me implica tanto. Portanto, mesmo sentindo talvez um pouquinho de incomodo também sei que eu não teria ficado tão impactado quando tudo foi sendo desenrolado posteriormente. Eu AMO a ambientação desse livro. É um bosque muito denso e exclusivo somente para a caça anual, o que leva ao que eu não preciso dizer, mas vou, que combinou demais com a descrição estupenda do Stephen. Me deixou tão imersivo que eu senti o frio desse inverno em pleno verão brasileiro (além disso, do Nordeste). A quarentena também, os personagens nem desconfiavam que a caça desse ano seria diferente, e ao decorrer dos acontecimentos eu estava ficando maluco, pois, ele vai te dando perguntas e você tem que manter em mente que as respostas virão, então precisa de mais atenção e paciência. O Duddits é um dos personagens que mais adorei de todos do Stephen, pois ele tem a iluminação característica de algumas histórias do véio. Além dele, o Sr. Cinza é um vilão muito bom e marcante, serviu como um belíssimo antagonista, visto que o bichão é um alien com poderes apelões e com uma determinação, estratégias e ambições de um líder. Eu amei a ligação entre o grupo de amigos desde sua infância e sua telepatia funcionou muito bem. Além disso, as motivações da invasão, o propósito do apanhador de sonhos, a iluminação dos personagens e todos os outros fatores, tudo funcionou como engrenagens perfeitas para o funcionamento da obra. E o final, louco. Isto não é a fabricação do mito, isto é o mito! E você também é o mensageiro.