Sobrevivendo no Inferno - Racionais MCs
- Racionais MCs
- 184 Páginas
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Sinopse
A principal obra do maior grupo de rap do Brasil agora publicada em livro, contundente como sempre e atual como nunca. Leitura obrigatória do vestibular da Unicamp.Na virada para os anos 1990, os Racionais MC's emergiram como um dos mais importantes acontecimentos da cultura brasileira. Incensado pela crítica, o disco Sobrevivendo no inferno vendeu mais de um milhão e meio de cópias.Agora publicados em livro, precedidos por um texto de apresentação e intermeados por fotos clássicas e inéditas, os raps dos Racionais são a imagem mais bem-acabada de uma sociedade que se tornou humanamente inviável, e uma tentativa radical, esteticamente brilhante, de sobreviver a ela."Foi com Sobrevivendo no inferno que a juventude negra e periférica se formou. Por causa deste disco muita gente se graduou em autoestima e não entrou para a faculdade do crime." – Sérgio Vaz"O relato não frio, histórico e real da mentalidade que massacra e exclui no Brasil." – Criolo
Resenha
Faltou Ser Mais Livro.
Pouco Aproveitado.
O livro é uma reprodução das músicas do álbum, conta com uma introdução acadêmica e algumas fotos. Eu resolvi ler mais por experiência e por gostar das músicas do grupo, apesar de que sobrevivendo no inferno não é meu álbum favorito dos Racionais, prefiro o disco posterior "Nada como um dia após outro dia".
Lendo dar pra perceber melhor a história contada em algumas músicas e foi interessante, mas não acho algo grandioso, pois como eu falei nem é o meu favorito, mas vale a pena dá uma lida se você gosta de racionais. Poderia ser melhor se cada música ou algumas delas tivessem comentários, a análise inicial foi muito boa e gostaria que tivesse mais dela pulverizada depois do fim das músicas.
"Amanheceu com sol, dois de outubro
Tudo funcionando, limpeza, jumbo
De madrugada eu senti um calafrio
Não era do vento, não era do frio
Acerto de conta tem quase todo dia
Ia ter outro logo mais, hã, eu sabia
Lealdade é o que todo preso tenta
Conseguir a paz de forma violenta
Se um salafrário sacanear alguém
Leva ponto na cara igual Frankenstein"
"Morte aqui é natural, é comum de se ver
Baralho! Não quero ter que achar normal
Ver um mano meu coberto com jornal
É mal, cotidiano suicida
Quem entra tem passagem só pra ida
Me diga, me diga"
"Lamentos no corredor, na cela, no pátio
Ao redor do campo, em todos os cantos
Mas eu conheço o sistema, meu irmão
Aqui não tem santo
Ratatatá, preciso evitar
Que um safado faça minha mãe chorar
Minha palavra de honra me protege
Pra viver no país das calças bege
Tic, tac, ainda é nove e quarenta
O relógio na cadeia anda em câmera lenta"
"Não me diga que está tudo bem
Muita pobreza, estoura a violência
Nossa raça está morrendo mais cedo
A verdade seja dita"
"Ratatatá, mais um metrô vai passar
Com gente de bem, apressada, católica
Lendo jornal, satisfeita, hipócrita
Com raiva por dentro, a caminho do centro
Olhando pra cá, curiosos, é lógico
Não, não é, não, não é o zoológico"