Seja Homem - JJ Bola
- JJ Bola
- 187 Páginas
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Sinopse
JJ Bola expõe a masculinidade como uma performance para a qual os homens são socialmente condicionados.Através de exemplos de tradições culturais e ecoando uma pluralidade de vozes, Bola desmascara diversos mitos, como aquele que proíbe os garotos de chorarem ou demonstrarem fraquezas. A masculinidade, calcificada numa sociedade patriarcal, se encontra no âmago do amor e do sexo, do cenário político, das interações sociais, da competição esportiva, de problemas de saúde mental. Seja homem é um chamado urgente para, em conexão com o feminismo e a igualdade de gênero, desvendar a masculinidade e redefini-la.Prefácio de Emicida“Responsabiliza os homens pelos caminhos nos quais nos beneficiamos do privilégio masculino e nos liberta de suas demandas violentamente tóxicas.”— David Lammy“JJ Bola entrelaça memórias e estatísticas de maneira bastante cuidadosa, concentrado em abrir um portal que ilumine nossa trajetória ao que de fato pode significar ser um homem.”— Emicida
Resenha
Leitura 50 de 2020
Seja homem [2019]
JJ Bola (Congo)
Dublinense, 2020, 176 p.
No mês em que a violência contra a mulher ganhou mais um aliado na forma daquela sentença vergonhosa que inaugurou a era do “estupro culposo”, leituras como ‘Seja homem’ deixam de ser opção para se tornarem um compromisso premente. Compreender e desmantelar o patriarcado não é uma luta solitária do feminismo, mas prerrogativa de todes. Não há possibilidade de alcançarmos justiça e igualdade em qualquer área da vida em sociedade enquanto a mais elementar das relações humanas, aquela entre homens e mulheres, permanecer contaminada por ideologias perniciosas. Pois o patriarcado (perdoem a obviedade) é uma ideologia—construída, perpetuada e protegida por aguerridos defensores de um mundo dividido entre subalternizaDAS e privilegiaDOS.
É, pois, contra o rosário de violências do patriarcado e os mitos da masculinidade que o congolense JJ Bola escreve seu livro-manifesto. Não se trata, aqui, de um esforço contra a “masculinidade”, mas a favor do reconhecimento e da valorização de sua inevitável existência plural. O foco no aspecto irruptivo e físico da violência esconde, muitas vezes, suas manifestações sistêmicas, estruturais e simbólicas que afetam homens, mulheres e não-binários, cis e trans, heterossexuais e LGBTQIA+. Preocupado em compreender ‘O que significa ser homem hoje?’, Bola movimenta artigos, pesquisas científicas e notícias de jornais (devidamente referenciados) para mostrar as relações entre agressão masculina e saúde mental; entre educação sexual e afetiva e o desenvolvimento de linguagens emocionais; entre a objetificação da mulher e a inculpabilidade do desejo masculino; entre indústria cultural, redes sociais, autoimagem e cultura do estupro.
Com a linguagem franca de uma conversa de bar, Bola propõe alternativas para um novo ordenamento mundial pautado no respeito mútuo das diferenças. Leitura obrigatória para todes, sobretudo pais, maridos, filhos, professores, primo pegador, tio do pavê, gay padrão que não curte afeminados, hétero supostamente descontruído etc etc—vocês sabem quem eles são e o Natal já está à porta. [Livro gentilmente enviado pela editora].