Sashenka - Simon Sebag Montefiore
- Simon Sebag Montefiore
- 732 Páginas
5
Avaliações: 1
Sinopse
A extraordinária vida de Sashenka ― marcada por traições, atos heroicos, resistência e idealismo ― emociona não só pela grande capacidade narrativa de Montefiore, mas porque reflete com perfeição o sentimento de assombro e esperança que tomou toda uma nova geração de russos quando os arquivos da KGB começaram a ser abertos. O jornalista e historiador Simon Sebag Montefiore conhece a história da Rússia como ninguém; seus livros sobre o tema se tornaram premiados best-sellers e já foram traduzidos para quase cinquenta idiomas. Na área da ficção, ele também se mostra um exímio autor. Neste romance histórico, Montefiore narra a trajetória de Sashenka durante os acontecimentos que culminaram na revolução bolchevique de 1917 até o Grande Terror stalinista, que vigorou nos anos 1930 e teve como um de seus alvos os próprios membros da burocracia estatal soviética e a alta cúpula do Partido Comunista. A Trilogia Moscou ― iniciada por Sashenka , ao qual se seguem Céu vermelho ao meio-dia e Uma noite de inverno ― conquistou o prêmio Paddy Power Political Novel e já foi publicada em quase trinta idiomas. “Quando consegui largar o livro, estava chorando.” ― Vandra Bennett, The Times “Envolvente do início ao fim. A mistura perfeita de aula de história com uma narrativa eletrizante.” ― Kate Mosse, autora de Labirinto “Um romance soberbo. Sashenka é inesquecível e inspirador. Montefiore se revela um contador de histórias incomparável.” ― The Wall Street Journal
Resenha
Sashenka, de Simon Montefiore
Sashenka é apenas uma adolescente. Filha de um judeu abastado, que conseguiu fazer fortuna, apesar de todas as dificuldades, tem tudo o que uma menina pode querer e até um pouco mais. Ao menos, é isso que pensa seu pai.
Quando Lala, a acompanhante, vai buscar a menina no colégio para as férias, não poderia esperar o que aconteceu. Sashenka foi presa pela polícia secreta e levada às prisões tsaristas.
Ela foi acusada de inimiga do tsar. Seu pai faria de tudo para tirá-la de lá o mais rápido possível. Mas ele apenas a tiraria da prisão, não conseguiria tirar os ideais bolcheviques da cabeça de sua pequena Sashenka.
"Ninguém nunca lhe falara como Mendel. Ariadna queria que ela fosse uma menina tola, preparada para uma vida de bailes animados, casamentos infelizes e adultérios insípidos. Sashenka adorava o pai, mas ele mal notava sua 'raposinha', considerando-a apenas uma mascote engraçadinha [...]. Apaixonou-se pelas ideias do materialismo dialético e pela ditadura do proletariado."
O que eu achei do livro:
Algumas resenhas quase se escrevem sozinhas. Outras, entretanto, são quase impossíveis de escrever. Por mais que o livro seja bom, quase beirando a perfeição, as palavras parecem faltar na hora de descrever a obra.
Sashenka é desses. O livro escrito por Simon Montefiore é uma história envolvente, que nos leva à Rússia - em três épocas distintas. Na primeira parte, acompanhamos a história de Sashenka em 1916 - logo antes da Revolução Russa (que aconteceu em 1917). Apenas uma garota com ideias bolcheviques que deu tudo de si pelo partido. Na parte II, vivenciamos a Rússia do final da década de 30 e na parte III, a Rússia dos anos 90, após a queda do socialismo.
O autor escreve de forma primorosa. Cada frase é habilmente montada, de forma a fazer com que a leitura seja extremamente prazerosa para o leitor. A história por trás do livro é muito bem fundamentada, inclusive, em uma nota no final do livro, o autor cita várias fontes onde pesquisou para poder criar a atmosfera de Sashenka. Apesar de a protagonista ser uma personagem fictícia, várias outras figuras históricas aparecem no livro e fazem parte da ação. E o autor ainda faz questão de frisar, Sashenka não é real, mas a história dela aconteceu com várias mulheres que viveram naquele período - de forma bem similar.
Acho importante frisar que esse não é um livro para todos. Se você não gosta de históricos, passe longe. Se você não gosta de histórias descritivas, talvez esse não seja um bom livro para você. É uma escrita mais densa, de leitura pesada, embora deliciosa. Sashenka não é, definitivamente, um livro para ser devorado. É daqueles que precisam ser apreciados, cada capítulo deve ser deleitado pelo leitor aos pouquinhos.
Essa história, ambientada em um país longínquo, me ganhou logo nos primeiros capítulos. Simon Montefiore consegue unir um bom romance histórico - muito bem embasado com extensas pesquisas - ao romance e aventura contidos nas páginas desse livro que tanto me encantou. Confesso que lágrimas teimosas rolaram de meus olhos em alguns capítulos. Os personagens são tão bem construídos, que realmente acho que poderei encontrar Mendel nas páginas de um livro de história sobre a Revolução Russa. E, por isso mesmo, é impossível não sofrer junto com esses personagens. Torcer por eles, chorar com eles, rir com eles, se emocionar por eles.
Sashenka é um delicioso histórico indicado para todos que gostam do gênero e estão à procura de um romance bem ambientado com personagens maravilhosamente construídos.
PS: Há algum tempo eu já estava doida nesse livro. Quando o vi na Bienal com 50% de desconto, não resisti e comprei. Ainda bem, porque, apesar das altas expectativas que eu nutria quanto a essa história, o livro ainda conseguiu me surpreender e me encantar além do que eu poderia imaginar.
PS2: No livro, eles utilizam o termo tsar para a nobreza russa. Em um primeiro momento, estranhei bastante a utilização desse termo, já que estava acostuma à forma czar. Entretanto, os dois estão igualmente corretos e derivam da mesma palavra (Caesar, de Julius Caesar) tendo, portanto, o mesmo significado, a saber "título usado pelos monarcas do Império Russo entre 1546 e 1917." A primeira forma, tsar (utilizada no livro), deriva do russo e a segunda, czar (que eu conhecia dos livros adotados pelas escolas em que estudei), deriva do húngaro.
Apenas coloquei a informação a título de curiosidade, pois foi uma palavra que me causou certo estranhamento quando com ela me deparei, por estar acostumada à outra forma.