O Povo Brasileiro - Darcy Ribeiro

O Povo Brasileiro - Darcy Ribeiro

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Sinopse

Por que o Brasil ainda não deu certo? Quando chegou ao exílio no Uruguai, em abril de 1964, Darcy Ribeiro queria responder a essa pergunta na forma de um livro-painel sobre a formação do povo brasileiro e sobre as configurações que ele foi tomando ao longo dos séculos. A resposta veio com este que é o seu livro mais ambicioso, fruto de trinta anos de estudo - uma tentativa de tornar compreensível, por meio de uma explanação histórico-antropológica, como os brasileiros se vieram fazendo a si mesmos para serem o que hoje somos. Uma nova Roma, lavada em sangue negro e sangue índio, destinada a criar uma esplêndida civilização, mestiça e tropical.

Resenha

Um livro e tanto! De encomenda para curar preconceitos, serviu inclusive para aplacar algumas implicâncias com meus conterrâneos (os gaúchos, que fazem algo que - meio pejorativamente - o Darcy chama de "gauchadas" ) e entender um pouco as diferenças regionais desse Brasilsão que vivo percorrendo. A parte IV (Os Brasis na história) foi a que mais gostei, talvez por explicar mais coisas relacionadas à nossa vida diária. Apesar de ser muito bom, muito bem escrito e estruturado, demorei meses e meses para terminá-lo - o que acho esperado de um livro "técnico" (para sociólogos) lido por uma leiga-curiosa-diletante. E devo ressaltar, mesmo demorando tanto, o fio da meada não se perde. Darcy Ribeiro escreveu um livro cheio de opiniões (e tem como ser isento num tema como esse?) de forma clara e envolvente, evitando crises de amnésia tediosa no leitor. Por fim, todo esse tempo com o livro valeu a pena pelo final ufanista quase utópico, com ares apoteóticos e mais do que simpático: “Na verdade das coisas, o que somos é a nova Roma. Uma Roma tardia e tropical. O Brasil é já a maior das nações neolatinas, pela magnitude populacional, e começa a sê-lo também por sua criatividade artística e cultural. Precisa agora sê-lo no domínio da tecnologia da futura civilização, para se fazer uma potência econômica, de progresso auto-sustentado. Estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização, mestiça e tropical, orgulhosa de si mesma. Mais alegre porque mais sofrida. Melhor, porque incorpora em si mais humanidades. Mais generosa, porque aberta à conveniência com todas as raças e todas as culturas e porque assentada na mais bela e luminosa província da Terra.”