O Mistério dos três Pedaços - Sophie Hannah

O Mistério dos três Pedaços - Sophie Hannah

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Sinopse

Ao chegar em casa após o almoço, Hercule Poirot é abordado por uma mulher irada. O motivo de tamanha revolta? Ter recebido uma carta em que o detetive a acusa de assassinato! Poirot, no entanto, está tão confuso quanto ela, pois jamais enviou aquela mensagem. Logo a situação ganha novas proporções quando outras três pessoas batem à porta do belga com a mesma missiva. Algumas delas afirmam que nem conheciam Barnabas Pandy, o falecido em questão, e a neta dele diz que a morte de seu avô foi um acidente. Poirot se vê, então, envolvido em mais um surpreendente mistério. Quem, afinal, enviou aquelas mensagens? E por quê? Quem é Barnabas Pandy? Ele foi mesmo assassinado? Alguém está em busca de confusão, e Poirot terá que usar suas pequenas células cinzentas para montar esse confuso quebra-cabeça.

Resenha

“O Mistério dos Três Pedaços”, é um mistério que conta com a investigação de Hercule Poirot. E quem é leitor da rainha do crime, Agatha Christie, sabe que em 1975 a autora escreveu o romance Cai o Pano. Também sabe do que ele se trata, e, evitando estragar para você que ainda não leu essa obra, a autora teve seus motivos para fazer o que fez. Só que ultimamente, nada foi feito para durar muito, perceberam? Parece que a vontade, ou até o falecimento dos autores originais, não tem toooodddaaaaa aquela importância, me parece. Logo, percebemos que novos romances com o selo desse autor famoso estão sendo lançados. Acontece com Sidney Sheldon, por exemplo. E aconteceu com Agatha. Assim, “O Mistério dos Três Pedaços” (The Mystery of Three Quarters, 2018), é um “novo mistério” do nosso detetive belga preferido, Papa Poirot, para os íntimos! Sophie Hannah tem dado nova vida à Hercule Poirot desde 2014, a partir de “Os Crimes do Monograma”. Assim, podemos ter a chance de ler novas aventuras daquele detetive, nada modesto, mas muito eficaz, que desvenda os mistérios e crimes através da ‘massa cinzenta’, de seu intelecto. E foi Peter Straus, o agente literário de Hannah, que entrou em contato com o editor dos livros de Christie, afirmando a qualidade da escrita de sua cliente. Os herdeiros da rainha do crime aceitaram a proposta, e assim Hannah foi escolhida como a pessoa ideal para dar vida novamente à Poirot. “Você nunca conhece alguém de verdade até conhecer seu lado sombrio. Eu escrevo histórias sobre esse lado sombrio, que é muito mais interessante.” ~ Sophie Hannah Em “O Mistério dos Três Pedaços” temos um quebra-cabeça nesse, que é o terceiro livro, da nova safra de histórias de um Poirot renascido. Puristas acreditam que não era nada necessário esse revival. Saudosistas agradecem por poderem ter novas aventuras de Papa Poirot, que estão localizadas temporalmente, nos anos em que Agatha não publicou nada sobre o detetive baixinho e afetado (entre 1928 e 1932). Mesmo eu não tendo contato com os 2 primeiros livros de Hannah dando vida a Poirot, li a respeito. E me parece que essa terceira obra está mais envolvente e eficaz que seus irmãos mais velhos. O drama que o detetive se vê envolvido se dá a partir do momento que uma mulher desconhecida pelo belga, acusa o recebimento de uma carta, que a acusa do assassinato de um homem que Poirot também desconhece. E a carta está assinada por Hercule Poirot! Contudo, mesmo que ele explique que a carta é uma falsificação, a mulher fica desacreditada nisso. Ela deixa a presença de nosso detetive ainda muito nervosa. Só que na sequência acontece a mesma situação com um outro homem, que Poirot desconhece igualmente… “- Uma opinião interessante, madame – disse Poirot – embora, talvez não inteiramente racional.” A terceira pessoa, outra mulher, muito agoniada e um tanto desesperada, também recebeu uma carta no mesmo estilo. Entretanto essa pessoa acredita um pouco mais na explicação do detetive, que ele não tem nada a ver com essas acusações. Depois, para finalizar, uma quarta pessoa também surge questionando Poirot a respeito da carta, só que esse, acha a acusação sobre ele ser um assassino, uma boa piada. Mon Dieu! Hercule Poirot continua astuto, bigodudo, excêntrico e cativante. E nessas obras de Hannah, podemos perceber uma personagem que é de Christie, mas também é de Sophie Hannah. Àqueles que acompanham as histórias do detetive a mais tempo, Hastings pode ser que faça falta. Hannah trouxe para sua narrativa, o inspetor da Scotland Yard, Edward Catchpool, que auxiliará Poirot em suas investigações e descobertas. Ele é o narrador de nossa história. Barnabas Pandy é a pessoa supostamente assassinada, na qual as pessoas que receberam a carta, são acusadas de sua morte. Agora, cabe a Poirot descobrir quem é Barnabas, se ele realmente está morto, e se sim, quem o assassinou. A certeza que temos é que, ele não sossegará até obter suas respostas! Informações irão surgir, e sinto dizer, é difícil tentar seguir alguns passos à frente nessa investigação. Vocês já sabem da fama e do estilo do detetive. Muitos segredos e escândalos virão à tona… Mas, é necessário dispensar bastante atenção para não nos perdermos durante o trajeto. “Era um pratinho de porcelana estampada de azul e branco, com uma fatia do Bolo de Janela de Igreja.” Aqui em “O Mistério dos Três Pedaços”, mon ami, preste atenção a respeito do Bolo de Janela de Igreja (Battenberg Cake). É muito interessante essa relação com a trama, e com o título do presente livro. Poirot vai tentando interligar aqueles 4 indivíduos que receberam as cartas, e só consegue, no máximo, ligação entre 3 deles. E o detetive faz uso de três pedaços da fatia do tal bolo para tentar entender a relação das 4 sujeitos com os recebimentos das cartas. Por que uma das pessoas nunca se encaixa no padrão estabelecido? Acompanhe o fantástico raciocínio de Poirot, e claro, porque não, de Hannah. Mes amis, acompanhem então a solução desse crime, assim como a forma que será necessária justificar o envolvimento de Poirot com as cartas. E no fim das contas, o tal quebra-cabeça que tentamos ir juntando as peças no decorrer das páginas, poderá ser solucionado de forma satisfatória. Com gostinho de ‘livro antigo’, essa história ambientada nos anos 30 poderá te surpreender, e te entreter ao longo de suas 345 páginas, de uma bela edição da editora HarperCollins, que reproduz a capa da edição gringa. “- Será que ele queria que seu assassino ficasse impune? – disse Poirot.”