Minha Querida Sputnik - Haruki Murakami
- Haruki Murakami
- 219 Páginas
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Sinopse
Nesta história de amor e mistério, Murakami constrói um triângulo amoroso incomum e inesquecível.Em Minha querida Sputnik, Haruki Murakami nos apresenta um Japão de restaurantes sofisticados e cores vibrantes, e nos leva ao centro de um triângulo amoroso arrebatador e, ao mesmo tempo, incomum.K. é um jovem professor que vive em Tóquio e é apaixonado por Sumire, sua melhor amiga, uma garota que largou os estudos para se tornar escritora. A vida dela se resume aos livros: eles não só definem o seu dia-a-dia de leitora voraz como também o modo de se vestir.Mas a chegada de Miu, empresária bem-sucedida e casada, muda o destino de todos. Sumire é tomada por uma paixão avassaladora e, seguindo Miu aonde ela for, acaba criando para si uma armadilha aparentemente sem saída. E K., fascinado por Sumire e nunca correspondido, fará o impossível para salvá-la.Minha querida Sputnik é uma história de amor e mistério. A solidão e a fragilidade dos relacionamentos são protagonistas neste romance sedutor, em que Murakami constrói um triângulo amoroso poucas vezes visto na literatura.
Resenha
Meu querido Murakami.
O narrador (o professor K.)ama Sumire. Sumire ama Miu. Miu não sabe quem ama. Nem o narrador, aliás. Este quase poema Drummondiano é o retrato do triângulo amoroso desenvolvido em Minha Querida Sputnik.
Indubitavelmente é um livro com muito mais camadas do que se aparenta; no começo acreditamos que é um simples romance entre duas mulheres que descobrem-se atraídas pelo mesmo sexo, e cada vez mais a história vai se tornando algo mais cabulosa (de friendzone a um desaparecimento numa ilha grega) , com um final extremamente interpretativo. Muitos dos elementos das obras de Murakami se apresentam nesta obra, - a melancolia, a solidão, a decepção nas relações amorosas, - e jamais tais fatores apresentam-se de forma avulsa, sem coincidir para a consolidação da narração.
Esta é aquele tipo de leitura que não há fatos atrás de fatos, acontecimentos que intercalando-se chegarão a um ápice; as relações entre os personagens e seus fantasmas reprimidos são muito mais essenciais para a trama do que os fatos em si. E talvez seja a complexidade dos personagens que torne uma leitura tão interessante; é impossível concluir a leitura sem sentir um gosto de dúvida, crendo que nem todas as peças do quebra-cabeça são apresentadas. Sem spoilers, a cena da roda-gigante & o arco do desaparecimento são poços de metáforas.
Além das características básicas de sua escrita, Murakami monta uma história cheia de mensagens nas entrelinhas (que boa parte delas, admito, ainda permanecem cavernosas para mim), que rende debates e discussões sobre o que transcende o real.
Genial.
?Então me ocorreu que, apesar de sermos companheiras de viagem maravilhosas, no fundo, não passávamos de duas massas solitárias de metal em suas próprias órbitas separadas. A distância, parecem belas estrelas cadentes, mas, na realidade, não passam de prisões, em que cada uma de nós está trancada, sozinha, indo a lugar nenhum. Quando as órbitas desses dois satélites se cruzam, acidentalmente, podemos estar juntas. Talvez, até mesmo, abrir nossos corações uma à outra. Mas só por um breve momento. No instante seguinte, estaremos na solidão absoluta. Até nos queimarmos completamente e nos tornarmos nada.?