Manifesto Contrassexual - Paul B. Preciado
- Paul B. Preciado
- 211 Páginas
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Sinopse
Um manifesto cáustico e subversivo que busca derrubar todas as restrições e preconceitos sobre o que pode ou não ser feito com o corpo e para o corpo.Defesa radical da liberdade dos corpos, Manifesto contrassexual põe abaixo todas as noções estereotipadas de sexo, gênero e desejo. Com a verve demolidora e o rigor teórico que o tornaram um dos pensadores essenciais da atualidade, Paul B. Preciado analisa e desmonta as construções socioculturais que definiram e normatizaram a sexualidade. Combinando linguagens diversas que vão da arte performática ao dadaísmo e inspirado pelo pensamento de Michel Foucault, Gilles Deleuze, Judith Butler e Jacques Derrida, o filósofo espanhol propõe a contrassexualidade como antídoto à política conservadora de controle sexual: uma teoria do corpo que se situa fora das oposições homem/mulher, masculino/feminino, heterossexualidade/homossexualidade.
Resenha
Esse livro é tão bom, mas tão bom que não consegui parar de ler e o terminei em poucas horas. Ele está dividido da seguinte forma:
- Primeiramente o livro começa explicitando o que é contrassexualidade que preza pela ausência de gênero guiada por uma veia desconstrutivista, para logo depois enumerar seus princípios na forma de artigos e finalizar com um modelo de contrato contrassexual onde o indíviduo reitera sua condição de trabalhador do cu.
- Em Práticas de inversão contrassexual há uma série ilustrativa de práticas da contrassexualidade a partir da subversão dos órgãos sexuais e suas reações biopolíticas.
- Em Teorias há a fundamentação filosófica a partir de Derrida do que representa o dildo na contrassexualidade, além de uma genealogia do orgasmo, do dildo e da intersexualização com ecos de Foucault e Judith Butler.
- No Exercício de leitura contrassexual temos da filosofia como modo superior de dar o cu onde se explica a homossexualidade molecular de Deleuze e Guattari a partir do Barão de Charlus do Em Busca do Tempo Perdido de Proust.
- Finalmente, como anexos, temos a etimologia do dildo e um pequeno relato do surgimento da butch no pós-guerra americano.
Além do conteúdo excepcional, a edição brasileira é de um requinte acachapante por ter inserido entre as páginas um cu táctil onde você pode inserir o seu dedo ou qualquer coisa pontiaguda que lhe apetecer.
Nota: Preciado parece inclinada a tentar saber se a apreciação do fist-fucking pelo Foucault teria sido fundamental para a elaboração de seus conceitos de biopolítica. Rá!