Farejador de Águas - Maria José Silveira

Farejador de Águas - Maria José Silveira

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Sinopse

Uma saga de quase cem anos pelo Brasil profundo que nos lembra de que natureza e humanidade são uma coisa só e nos devolve a esperança em dias melhores. Nos anos 1920, Minino, garoto órfão criado por uma mulher indígena, decide abandonar a terra deixada pelos pais, em Goiás, e acompanhar a Coluna Prestes. Graças à sua coragem e esperteza, e também por possuir o dom de “farejar” águas de nascentes de rios, ele logo passa a ter relevância no grupo e a caminhar na frente da marcha, a fim de também farejar jagunços escondidos na vegetação, prontos para emboscadas. É nessas andanças que Minino desenvolve a vontade de lutar por aquilo em que acredita, além do amor pela natureza e por Maria Branca, que se torna sua companheira de toda a vida. Com o fim da Coluna, decide voltar para sua pequena propriedade, mas isso não o impede de continuar perseguindo seus ideais. Maria José Silveira, autora de Maria Altamira — obra finalista dos prêmios Jabuti, Oceanos e São Paulo em 2021 e com mais de 40 mil exemplares vendidos —, por meio da trajetória do patriarca de uma família de lavradores em Goiás, volta a denunciar a exploração da natureza com sensibilidade e força narrativa em uma trama repleta de personagens cativantes reais e ficcionais na qual aborda temas relevantes para o atual momento, como questões indígenas, direitos sobre a terra, devastação ambiental, entre tantos outros. MOTIVOS PARA LER ESTE LIVRO 1. Novo romance da autora de Maria Altamira, finalista dos prêmios Jabuti, Oceanos e São Paulo em 2021 e com mais de 40 mil exemplares vendidos desde o lançamento, em 2020. 2. O livro tem como protagonista um garoto dotado de um dom especial que vivencia os fatos mais marcantes do Brasil profundo ao longo de quase cem anos. Por meio da trajetória de Zé Minino, que se torna patriarca de uma família de lavradores em Goiás, o livro reconta parte da história política e social do Centro-Oeste do Brasil — desde a Coluna Prestes, abrangendo revoltas camponeses, o traçado das estradas para a ocupação do território, a construção de Brasília, até os dias atuais. 3. Silveira volta a denunciar a exploração da natureza com sensibilidade e força narrativa em uma trama em que aborda temas relevantes para o atual momento, como preservação da água, direito à terra, questões indígenas, devastação ambiental, entre outros. 4. Nascida em Goiás, a autora evidencia a importância de preservar o Cerrado, bioma que ocupa quase um quarto do território brasileiro e possui uma formação vegetal de biodiversidade e potencial aquífero enormes, mas mesmo assim está ameaçado de extinção. 5. A história é repleta de personagens cativantes, iccionais e reais. Entre os últimos, destacam-se o tenente Siqueira Campos, que participou ativamente da Coluna Prestes, e Santa Dica, que liderou um movimento social religioso iniciado na década de 1920. EXCERTO DA OBRA “Até a manhã que se abriu com o grito: ‘Ei-vém os revoltosos, gente. Acudaaaa! É o povo da Coluna!’. E, como se já tivesse treinado, o pequeno arruado correu, e o entorno engoliu sua gente. O menino, não. A Véia também não. [...] E foi então que ele, com a naturalidade de quem parece estar sendo chamado, disse: ‘Vou com eles, Véia’, e foi, seguindo as mulheres e as poucas crianças a pé, primeiro acovardado, querendo se esconder, depois mais tranquilo, misturando-se no meio dos últimos. Ninguém perguntou de onde vinha. Capaz que pensassem que era da Coluna mesmo.” SOBRE A AUTORA Maria José Silveira é escritora, editora e tradutora, é formada em Comunicação (UnB) e Antropologia (Universidad Mayor de San Marcos, Lima/Peru) e mestre em Ciências Políticas pela USP. É goiana e mora há anos em São Paulo. É autora de nove romances — entre eles, Maria Altamira, que conta a história de duas mulheres unidas pelo sangue e marcadas pela destruição — e de cerca de vinte livros infantojuvenis. Participou de coletâneas e antologias e escreve para teatro.