Encontrada - Perdida Vol. 2 - Carina Rissi
- Perdida Vol: 2
- Carina Rissi
- 920 Páginas
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Sinopse
Sofia está de volta ao século dezenove e mais que animada para começar a viver o seu final feliz ao lado de Ian Clarke. No entanto, em meio à loucura dos preparativos para o casamento, ela percebe que se tornar a sra. Clarke não vai ser tão simples quanto imaginava. As confusões encontram a garota antes mesmo de ela chegar ao altar — e uma tia intrometida que quer atrapalhar o relacionamento é apenas uma delas. Além disso, coisas estranhas estão acontecendo na vila. Ian parece estar enfrentando alguns problemas que prefere não dividir com a noiva.
Decidida, Sofia fará o que estiver ao seu alcance para ajudar o homem que ama. Ela não está disposta a permitir que nada nem ninguém atrapalhe seu futuro. Porém suas ações podem pôr tudo a perder, e Sofia descobre que a única pessoa capaz de destruir seu felizes para sempre é ela própria.
Resenha
Sem palavras .... amooooo
Após compreender algumas coisas do porquê foi parar no século XIX ao comprar um celular, a viciada em tecnologia Sofia Alonzo escolhe viver no passado, no ano de 1830, mesmo que para isso tenha que abrir mão das modernidades e comodidades que tanto ama. Isso se dá principalmente por causa de um cavalheiro muito gentil, Ian Clarke, por quem Sofia está irremediavelmente apaixonada, e, para a sua surpresa ele sente o mesmo. Então, com as decisões de sua vida tomadas, só resta a garota desastrada esperar o seu felizes para sempre. E ele está cada vez mais próximo, depois que Ian a pediu em casamento. Mas, quando ela começa a pensar, as coisas não parecem tão fáceis assim. Em primeiro lugar, Sofia estava acostumada a trabalhar, e, claro, ter o seu próprio dinheiro para fazer muitas compras na hora que quisesse, e ali, no século XIX, parece que Ian fica ofendido mortalmente toda vez que ela sequer menciona um trabalho, então, Sofia passa a desenvolver um pequeno segredinho em relação a isso... Em segundo lugar, ela continua não entendendo as expressões arcaicas que seu noivo e todos do lugar insistem em usar. E por último, mas o mais importante... todos esperam que Sofia passe a administrar a casa após seu casamento, mas ela não sabe dar ordens para ninguém, e muito menos para os empregados, e ela sequer sabe algo de organização, sendo o seu antigo apartamento uma prova (quase) viva disso.
"— Apenas porque quero que tudo seja... — Ian se deteve.
Pop.
Pop. Pop.
— O que é isso? — ele procurou em volta.
— Vem da cozinha — comentou Elisa, franzindo a testa. — Parece champanhe sendo aberto.
Pop. Pop. Pop.
— Mas por que estariam abrindo champanhe a essa hora? — Os olhos de Ian se arregalaram. — Meu Deus, esqueci de verificar se o champanhe foi entregue! Preciso avisar aos empregados que mandem a encomenda direto para a adega. A bebida é muito frágil e abre com facilidade. Com licença.
O champanhe. Não o vinho.
Pop.
Aquilo não podia estar acontecendo.
Pop. Pop. Pop.
Mas estava!"
É com todas essas coisas em mente que Sofia inicia o caminho para o seu felizes para sempre, mas, com a ajuda de Elisa, sua amiga incondicional, Teodora, a melhor amiga de Elisa, que vem se mostrando uma moça bacana e receptiva, com o auxílio de Madalena, a governanta da casa que passa a ser sua [*****]mplice, e com o amor incondicional do noivo, Ian, que somente quer o seu bem e às vezes está disposto a algumas adaptações para deixar a futura esposa feliz, Sofia mergulha em sua nova vida e faz o possível para aprender todas as suas novas funções, e até mesmo precisa aprender a como suportar a tia malvada de Ian que aparece querendo atrapalhar seu felizes para sempre.
"— Eu... — clareei a garganta. — Eu sei que não é tão vistoso quanto o que você tinha. E também sei que o do seu pai é insubstituível, mas você ficou tão triste quando ele quebrou que eu quis, sei lá, tentar te deixar menos triste. E também porque eu acho que nada mais pode representar o que aconteceu com a gente. É como um coração mecânico. Ele grava a passagem do tempo. Os ponteiros registraram cada dia quando ainda não nos conhecíamos, numa espécie de contagem regressiva. Eles marcaram cada minuto desde que nos encontramos. E agora marcarão cada segundo da nossa vida."
Com tiradas hilárias, personagens cativantes, e um cenário gostoso, mais uma vez mergulhamos na ótima escrita de Carina Rissi e conseguimos entender porque Sofia e Ian são personagens tão cativantes e tão adorados por aqueles que os conhecem.
"Irmãs são amigas que nunca precisam partir."
Após ser totalmente cativada no fim de Perdida, o primeiro livro da série, confesso que me sentia ávida por ler mais sobre Sofia e Ian, e mesmo não sendo uma pessoa fã de séries, dessa vez me senti extremamente feliz por ter mais livros sobre o casal à disposição, e, como não consegui pegar outra leitura, pois ficava pensando nesses personagens, fui obrigada a iniciar logo em seguida o livro Encontrada, para saber o que viria pela frente. E preciso dizer, foi uma grata surpresa, e uma leitura que valeu muito a pena, ainda mais que a primeira, diga-se de passagem, e esse livro me tornou uma fã de Carina Rissi.
Aqui, encontrei uma Sofia com menos dúvidas quanto ao que queria, embora ainda um pouco insegura quanto a sentimentos, mas certa de que o século XIX era o seu lugar, e também uma Sofia tentando fazer o melhor com o que tinha para se adaptar ao novo local, mesmo que as vezes essas tentativas não fossem tão bem-sucedidas. E na verdade foi isso que me fez gostar ainda mais do livro, as tentativas de Sofia, que acabavam se tornando coisas engraçadas, e esse livro teve uma cena envolvendo champanhe que foi uma das que mais me fizeram rir em toda a minha história literária. Essas tiradas muito engraçadas me divertiram pois foram inseridas de forma natural na trama, de uma maneira que nos permite imaginar cada um desses acontecimentos, sem que a autora tentasse forçar nada.
O ponto mais positivo para mim é a escrita de Carina. Clara, leve e divertida, ela consegue nos transportar para a vida dos personagens, e faz com que passe um filme mental em nossa frente, enquanto imaginamos o que está sendo narrado. Além disso, gosto muito da forma como a autora constrói cada personagem e cada cena, fazendo tudo soar bastante natural, conforme mencionei acima, e dessa forma, conseguimos mergulhar profundamente na narrativa. E por falar em narrativa, achei muito bom o modo como a história traz pitadas de romance, de humor e até mesmo de drama, sabendo dosar cada um desses elementos na medida certa, com o intuito de ter uma história bem construída e marcante. Cabe ainda um destaque especial para o fato de que novamente a autora mostrou uma boa pesquisa durante a escrita, trazendo costumes e crenças do século XIX, e explicando cada um de forma clara, fazendo com que entendamos o que está acontecendo e também faz com que de certa maneira voltemos um pouco aos costumes dos nossos antepassados, que praticavam os atos descritos ali.
Admito que acho difícil encontrar pontos negativos especialmente nesse livro, pois toda a história me cativou, mas, sei que alguns leitores não gostam do jeito atrapalhado de Sofia, e preciso dizer que ele continua o mesmo do primeiro livro, então aqueles que não gostaram da personagem lá, certamente aqui verão mais uma vez seus defeitos. Além disso, em alguns momentos, senti que a autora se estendeu em alguns dramas, enquanto em alguns acontecimentos dos quais eu adoraria infinitas descrições foram abordados de forma muito breve, mas isso é uma questão de preferência bastante pessoal.
Os personagens continuam cativantes, cada um a seu modo. Achei que nesse livro Sofia amadureceu um pouco, embora sua mente que não sossega ainda traga uma dezena de dúvidas, mas consegui a compreender em seus dilemas, embora em alguns momentos ela faz algumas besteiras que a vontade de todos os leitores é de entrar no livro e dar alguns tapas na personagem para ela ver que aquilo não vai dar certo. Já Ian, em alguns momentos se mostrou muito irredutível e as vezes até machista, mas sabe-se que é o modo como era na época, e a autora abordou esses episódios de uma forma bacana, mostrando o modo como ele acabou cedendo, e em nenhum momento reforçou os estereótipos machistas. Já os personagens secundários continuam instigantes, e conseguimos encontrar aqui alguns romances secundários se delineando.
A narração é mais uma vez toda em primeira pessoa, feita por Sofia, e a história está dividida em quarenta e seis capítulos de um tamanho razoável.
Recomendo esse livro para os leitores que já leram perdida, pois certamente essa é uma continuação que vale a pena ler, e para aqueles que ainda não acompanham a série, recomendo-a fortemente, pois traz um enredo que nos prende e nos deixa querendo cada vez mais