Bruxa de Akata - Bruxa Akata Vol. 1 - Nnedi Okorafor

Bruxa de Akata - Bruxa Akata Vol. 1 - Nnedi Okorafor

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Sinopse

Bruxa Akata tece uma trama de magia e mistério, repleta de mitologia africana. Uma verdadeira história de amizade, superação e sobre como achar seu lugar no mundo.   Sunny tem 12 anos e sempre viveu na fronteira entre dois mundos. Filha de nigerianos, nasceu nos Estados Unidos; suas feições são africanas, mas ela é albina. Uma pária, incapaz de passar despercebida.  O sol é seu inimigo. Castiga a pele delicada e a expõe aos olhares curiosos. Parece não haver lugar onde ela se encaixe. É sob a lua que a menina se solta, jogando futebol com os irmãos. E então ela descobre algo incrível - na realidade, ela é uma pessoa-leopardo em um mundo de ovelhas. Sunny é alguém com um talento mágico latente. Mais que isso: é uma agente livre. Uma pessoa com poderes, mas que nasceu de pais comuns. Logo ela se torna parte de um quarteto de estudantes mágicos, pesquisando o visível e o invisível, aprendendo a alterar a realidade, sendo escolhida por um mentor e conseguindo, enfim, sua faca juju - com a qual é capaz de fazer seus feitiços. Mas isso será suficiente para que encontrem e impeçam um assassino em série que está matando crianças?  Um homem perigoso com planos de abrir um portal e invocar o fim do mundo?

Resenha

Mais que um novo Harry Potter Sentado no chão em frente a uma lareira parei de me perguntar quando a chuva acabará. Não trata-se do céu cinzento em que poetas em início de escrita relacionam a tristeza. É um azul escuro, parecido com a cor do fundo do oceano. O vidro grosso da janela cheia de pingos não me dá detalhes, fazendo o imaginar e o fantasiar ser uma coisa só. Na minha frente uma pena se esforça para usar a pouca tinta do tinteiro e escreve em um papel amarelado com uma letra muito mais bela que a minhas palavras ditadas. Ela foi um presente dado por você. Lembro e sei que nunca esquecerei daquele dia da loja ao lado do estabelecimento de Madame Malkin em que revirei os bolsos das calças, mesmo eles sendo furados. Não tinha dinheiro nem para uma simples pena. Se não podia comprar a minha, ajudei um desconhecido com muita dúvida comprar a dele. Longe de mim querer retribuição, mas sou obrigado a repetir as palavras ditas após um quase choro de gratidão: "Esta pena vai entender a minha voz quase sempre rouca por causa deste frio?" Nunca vou me acostumar com o inverno morno desse local e a brincadeira feita com os olhos marejados foi o início de uma amizade. Ela escreve, ainda tem a ponta brilhante, e deixarei a carta na parte de baixo do beliche. Você, meu amigo, superou muitos medos, mas ainda arregala os olhos para qualquer altura superior a dois metros. Também tive as minhas conquistas, mudado estou e este novo homem precisa te falar de uma viagem sem volta. A minha organização que é mais defeito do que qualidade obriga-me a confessar um punhado de sentimentos antes de falar da decisão. Hogwarts é mais que dois terços da minha felicidade e o último terço espero encontrar. Este colégio mostrou-me que a maior magia é concentrar-se em estudar com dedicação um assunto. Nos corredores frequentados por fantasmas e com belas pinturas que falam aprendi como a solidão só se solidifica com a raiva e cada momento de amizade a trinca. Feliz, sou feliz por você só ter ficado satisfeito com o rachar por completo. Terminamos o último ano e depois de me despedir dos professores a decisão de qual caminho seguir foi fácil. O meu desejo foi ser professor e com mérito e muita ajuda consegui. Sobrou algo para dizer sobre a minha vida? Sou um tolo que tem uma voz fácil de ouvir e prefere contar o último segredo através da escrita. Acho mais fácil assim, é um dos defeitos que não consegui superar. Te conto que um dos motivos de vim para cá era tentar reviver as aventuras de Harry Potter. Caso algum enxerido tenha botado as mãos nesta carta sem nenhum consentimento, já esclareço que não ousei enfrentar nenhum Basilisco e, Voldemort é um passado que causa apenas vergonha para a minha casa. Hoje o adulto pode dizer balançando a cabeça que o menino sentia inveja do garoto que sobreviveu. Era um sentimento poderoso que me fez invadir a biblioteca com um lampião e calculando os passos para não ser pego. Fiz isso tantas vezes no meu primeiro ano só para ler livros, conhecer outros bruxos como Harry Potter. No mundo dos trouxas o meu vigor foi o mesmo... com certa dúvida digo até que superou. Lia livros e mais livros para encontrar um novo Harry. Cabelos brancos cresceram, a vontade adormeceu sem deixar de existir e em um final de semana chegou aos meus ouvidos um nome. Não devia dar muita atenção a uma conversa de fim de noite entre professores com a voz embarga pelo whisky de fogo. Só que o nome “Bruxa Akata” causou em cada parte de mim, principalmente no coração, um efeito mais poderoso que qualquer poção. Tive que encontrá-la e alcancei este privilégio. Vou poupar as palavras porque quero que você conheça cada fragmento daqueles bruxos...não posso cometer erros tão primários! Você precisa conhecer o mundo mágico dos leopardos. Conheci procurando a mesma emoção com Potter. Em vez de varinhas há facas, os feitiços tem o nome de jujus e o rapa é uma roupa perfeita capaz de combinar conforto e beleza. Nós, por mais de uma dúzia de vezes, tivemos problemas com Gringotes. Se o mundo adotasse a forma de ganhar dinheiro daquelas terras, o chittim como dizem os leopardos da África, estaríamos muito melhor. Fiz inúmeras comparações no início do meu desbravar e elas foram acabando de forma natural. Sunny me fez ver um mundo novo. Comecei a imaginar como seria a minha máscara espiritual, fiz uma pilha de cálculos para ver quanto dinheiro era necessário para encher a minha prateleira com livros sobre jujus, quero conhecer cada um dos leopardos de quarto nível e imaginei feito um bobo um deles adotando-me. O mundo não mágico também é um manancial de satisfação. Quero experimentar a sopa de pimenta, pergunto-me se a Fanta na Nigéria tem um gosto diferente e tenho as minhas dúvidas se terei coragem para invocar um mascarado... estou misturando os assuntos! Estou empolgado! Percebeu? Voltei a ser criança, meu amigo. Vou para o mundo de Nnedi Okorafor ver o crescimento de Sunny e não buscar reviver a história de Harry Potter. Não vou dizer que vou sentir saudade porque a vontade de voltar contando os detalhes de forma alfabética é grande a ponto de não ser contabilizada e nos manterá próximos. E já que confessei um segredo, não vou deixar que outro se forme. Sendo assim, te falo: sonho em ver você aqui dando permissão aos seus olhos para fazer uma infinidade de descobertas. Nos vemos em breve. Atenciosamente, Elias Flamel.